O CineB Universidades esteve no campus Ana Rosa do Centro Universitário FIAM-FAAM, em 23/08, para exibir o documentário “Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé. Ao final da sessão, os alunos realizaram debate sobre os temas levantados pelo filme.
Alunos de diversos semestres do curso de jornalismo do Centro Universitário FIAM-FAAM, campus Ana Rosa, participaram de uma sessão especial do CineB Universidades na quinta-feira, 23/8. O projeto é parceiro da universidade há vários anos, e já exibiu filmes também nas unidades Liberdade e Morumbi.
Dessa vez, o filme exibido foi “Era o Hotel Cambridge”, da cineasta Eliane Caffé, que aborda a questão das ocupações nos prédios do Centro de São Paulo. Refugiados recém-chegados ao Brasil dividem com um grupo de sem-tetos um velho edifício abandonado no centro de São Paulo. Além da tensão diária que a ameaça de despejo causa, os novos moradores do prédio terão que lidar com seus dramas pessoais e aprender a conviver com pessoas que, apesar de diferentes, enfrentam juntos a vida nas ruas. “Era o Hotel Cambridge” mescla atores profissionais como José Dumont e Suely Franco com moradores e lideranças da ocupação como Carmen Silva, Isam Ahamadi Issa e Guylain Mukendi. O filme foi premiado em diversos festivais de cinema do mundo como o Festival de San Sebatian (Espanha) e Festival de Cinema e Direitos Humanos (Suiça) além da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Para o professor Silvio Nasser, que dá aula para a disciplina de Documentário, “é muito importante os alunos terem acesso ao documentário, porque é um dos mais premiados dos últimos anos e vai dar oportunidade para se discutir o processo de produção”, destaca.
Vicente Darde, coordenador do curso de jornalismo, lembra que sempre o CineB traz “o melhor do cinema brasileiro para que a gente possa discutir com os alunos e apresentar a realidade socioeconômica e política brasileira”. Para ele, é importante “incentivar a cultura e estimular o debate entre nossos alunos para que eles possam, no desempenho de suas profissões e enquanto comunicadores, ter senso crítico apurado para o trabalho”, reflete.
Ao final da exibição do filme, o coordenador do CineB, Cidálio Vieira Santos, organizou um debate entre os estudantes. Gabriel Fusaro, aluno do segundo semestre de jornalismo, foi o primeiro a participar com uma provocação: porque o filme não mostrou o outro lado? Só mostrou o lado dos sem teto? Na sequência, muitos outros jovens abordaram questões como as ocupações, a vida dos refugiados, a disputa no discurso entre direita e esquerda, entre outas.
Ana Carolina, estudante do primeiro semestre do curso de jornalismo, achou bem gratificante participar da sessão: “o debate foi honesto, a gente viu a opinião de cada um. O filme, como falei, achei bem cru, bem realista, e mostra um lado no qual a gente não entende”, considera. Para Luis Mota Trindade, aluno do segundo semestre, o cenário do cinema brasileiro tem muito a crescer. “Eu nunca ouvi falar sobre esse filme. Sobre o debate, por mais que haja opiniões muito divergentes, é algo interessante trazer para uma faculdade”, conclui.
O CineB é um circuito alternativo de exibição que, desde 2007, leva cinema brasileiro para várias regiões da cidade. O projeto, já contabiliza um público superior a 60 mil pessoas em mais de 480 sessões gratuitas em comunidades, escolas e universidades de São Paulo. Já foram exibidos na tela do CINEB mais de 116 longas metragens e 73 curtas metragens.
Foi muito bom.
Como professora da instituição reforço a importância do acesso à cultura e da promoção de debates como este.