CineB Solar chega ao Jardim Campinas

O CEI Jardim Campinas, localizada na Zona Sul da capital, recebeu, pela primeira vez, na última sexta-feira (26/07), uma sessão do CineB Solar, que exibiu o longa-metragem “Benzinho”, de Gustavo Pizzi.

A região do Grajaú, uma das mais populosas da cidade de São Paulo, recebeu, na última sexta-feira, (26/07), o projeto CineB Solar. O Centro de Educação Infantil (CEI) Jardim Campinas, organizou, ao ar livre, uma sessão para exibir o longa-metragem “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, que retrata a vida e os conflitos de uma família de classe média. O primogênito é convidado para jogar handebol na Alemanha e lança sua mãe (Karine Teles) em uma espiral de sentimentos pois, além de ajudar a problemática irmã (Adriana Esteves), a lidar com as instabilidades do marido (Otávio Müller) e se desdobrar para dar atenção ao seus outros filhos, ela terá de enfrentar sua partida antes de estar preparada para tal.

A CEI Jardim Campinas atende 272 crianças de zero a quatro anos e abriu os portões da escola durante as férias para exibir o filme para a comunidade escolar, aos moradores do bairro e amigos, segundo a diretora da unidade, Ariana Lopes da Silva. “É um projeto de muita importância para todo mundo porque leva cultura para essas extremidades [da cidade]. A gente está com a casa cheia, a maioria são crianças e adolescentes e nesse horário não tem nenhum lazer, não tem nada nas férias, e este projeto bacana proporciona isso”, destaca.

Ariana conheceu o CineB Solar quando o projeto esteve na Casinha CCJ São José, outro espaço de educação infantil localizado na região de Interlagos, também Zona Sul de São Paulo. Para Nerise Angelina Lopes, presidente da Associação São José, responsável pela gestão da CEI, conta sobre a importância de integrar a família e a escola na fase da educação infantil. “Família e escola têm que estar juntos. Então esses momentos são preciosos para nós, porque os pais absorvem o nosso trabalho e é uma alegria estar presente num momento tão gostoso como esse”, comemora.

Antes do início da sessão, o público conheceu o trabalho de Henrique Madeiros, de 18 anos, rapper poeta desde 2015 e produtor e articulador sociocultural no território do Grajaú, apresentou seu trabalho pouco antes da abertura oficial da sessão. Madeiros integra o Coletivo Vilanis, que organiza o Sarau Despertar, e recentemente foi selecionado pelo Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da prefeitura de São Paulo e apresentou um poema que você pode conferir abaixo:

CineB
2007, nascimento disso que hoje vocês podem ver
Sabe o que é? Não? É o CineB
Quase 13 anos de projeto no ar
Há dois anos é o CineB Solar

Verdadeiro Cinema Itinerante
Finalidade? Comunidade atuante e participante
Na periferia, democrático por inteiro
Aqui a prioridade é o cinema brasileiro

A sessão contou com cerca de 100 pessoas, inclusive quem nunca havia pisado numa sala de cinema antes, como é o caso da dona de casa Vera Lúcia Souza Santos. Acompanhada da filha Sofia e do esposo. “Minha filha estuda aqui e eu vim partilhar com ela esse momento […] e fiquei maravilhada. Eu nem sei falar porque nunca fui a uma sala de cinema”, revela.

TV Cultura
A sessão foi acompanhada pela equipe de reportagem do programa Metrópolis, da TV Cultura, que registrou a atividade, entrevistou o público, o coordenador do projeto Cidálio Vieira Santos e a equipe técnica responsável pelo sistema de captação e exibição de filme com energia solar.

Sobre o projeto
O CineB/CineB Solar é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, já atingiu um público superior a 65 mil espectadores em mais de 520 sessões gratuitas realizadas em comunidades e universidades de São Paulo. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil. Já foram exibidos na tela do CineB mais de 126 longas-metragens e 74 curtas-metragens, além da realização de pré-estreias exclusivas. Atualmente, o CineB Solar tem levado o cinema brasileiro às comunidades utilizando um veículo que capta energia solar para exibir os filmes em um telão. Além das exibições comunitárias, o projeto também realiza programações em universidades parceiras.

Texto: Carlos Rizzo. Fotos: Rafael Beraldo, Fábio Eufrásio e Carlos Rizzo