Pela primeira vez o Cine B chega ao Jardim Arizi, zona leste de São Paulo, para exibir o filme O contador de histórias, de Luiz Villaça, na ONG JUNTOS 2. Em 2010 o Cine B fez duas exibições em outra sede da ONG, a JUNTOS 4, no Jardim Brasília, exibindo os filmes O casamento de Romeu e Julieta, de Bruno Barreto e Eu, tu, eles, de Andrucha Waddington.
“Conseguimos alcançar nosso objetivo de unir num mesmo evento os participantes da JUNTOS 1, 2, 3 e 4” diz o coordenador da entidade, Humberto Canavezi.
“O Alex [Minduim] não se cansou de nos cobrar para ter esta exibição e é com grande satisfação que agora voltamos para mostrar mais cinema brasileiro de qualidade para todos vocês”, diz o coordenador do Cine B, Cidálio Vieira Santos.
DAVA UM FILME
A primeira espectadora a chegar na exibição foi Kelly Cristina Cavalcanti, que há 26 anos mora em São Paulo. Ela é mãe de quatro simpáticas crianças. Sua história de vida começa na cidade de Aripuana, interior do Mato Grosso, última cidade da fronteira entre o Ace e Amazonas. Ela nasceu na tribo indígena Bororo e até os 8 anos viveu com seus 21 irmãos na tribo. Até que sua vida foi transformada quando conheceu a paulista, enfermeira da FUNAI, Vera Lucia Cavalcanti.
“Ela me adotou e no começo continuei a viver em Aripuana, mas alguns anos depois vim com ela para São Paulo, onde estou há 26 anos”, diz Kelly. “Hoje a cidade que nasci está um pouco melhor, porque o governo está incentivando o turismo local, mas na época lá não tinha nada, minha mãe adotiva ajudou muito gente por lá, ela foi a primeira professora da cidade”, diz.
Kelly conta que na cidade é comum os índios mais velhos aparecerm caracterizados, com poucas roupas, para vender os produtos que fazem. O estilo de vida selvagem, segunda ela, já não faz muito bem aos índios. “De 21 irmãos, hoje só 7 ainda estão vivos, os outros morreram de doenças do mato, tipo barriga dágua”, diz Kelly. “Com o investimento no turismo, a FUNAI vem trazendo os jovens índios para o ambiente urbano, capacitando-os para trabalhar nas pousadas e hotéis da cidade, o que ajuda muito a população”.
E sala de cinema? Tem por lá? “Uma vez a prefeitura levu um telão e exibiu um filme no ginásio, mas o projeto não passou dessa primeira exibição”, diz Kelly. Segundo ela a cidade hoje tem aproximadamente 2.500 habitantes. “Lá tem uma rua principal, um mercado, um açougue, uma danceteria, e um botijão de gás lá custa 150 reais”.
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