Curtas brasileiros emocionam e provocam debate no CineB

Sessão exibida em 28 de agosto de 2025.

Fotos e texto: Thaís Nozue

Na noite de quinta-feira, 28 de agosto, o Auditório Amarelo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região ficou lotado para uma sessão especial do CineB, dedicada a três curtas-metragens que vêm se destacando no circuito cultural: “Bela-LX 404”, dirigido por Luiza Botelho; “Amarela”, co-roteirizado por Luigi Madormo; e “O Céu Não Sabe Meu Nome”, de Carol Aó. A sessãi contou também com a presença de alunos e professores da EMEF Duque de Caxias, além de convidados do sindicato.

Professores da Emef Duque de Caxias e o coordenador do CineB Cidálio Vieira (dir.)

O público foi recebido com pipoca em parceria com o sindicato e, ao final, houve sorteio de camisetas. Mas o grande destaque da noite veio depois da exibição: um debate intenso e emocionante, que abordou questões como identidades amarelas e negras, gênero, religiosidades, representatividade e os desafios do cinema contemporâneo.

(da esq. para dir.) Luisa Botelho, Luigi Mardono e Carol Aó

A retomada do público nas salas de cinema

O co-roteirista de Amarela, Luigi Madormo, destacou a importância de projetos como o CineB diante dos novos hábitos de consumo do audiovisual:

“Ver esse tipo de iniciativa é muito importante, especialmente neste momento de retomada. O público no Brasil ainda não voltou aos números de 2019, mas há um crescimento constante. O acesso gratuito ajuda a formar e a recuperar o hábito de ir ao cinema, ainda mais com tantos desafios — desde os custos econômicos até a concorrência com o streaming. Acho que iniciativas como essa são fundamentais para estimular o público a conhecer outras narrativas, inclusive o cinema independente e autoral.”

Luigi também refletiu sobre o futuro do audiovisual diante das transformações tecnológicas:

“Estamos vendo o avanço da inteligência artificial e, ao mesmo tempo, cresce a necessidade de conteúdos humanos, que tragam experiências coletivas e histórias genuínas. Esse é o papel essencial do cinema: aproximar as pessoas por meio de narrativas verdadeiras.”

Luigi Madormo – co-roteirista de “Amarela”

Cinema como expansor de imaginários

A diretora Carol Aó, de O Céu Não Sabe Meu Nome, ressaltou o quanto o CineB cumpre um papel social de democratização do cinema:

“O mais especial desse evento é aproximar o público que muitas vezes não tem acesso ao cinema. Essa experiência pode criar novos cineastas, novos apaixonados pela sétima arte. Meu curta fala da relação de uma neta com a avó, ressignificando a morte através de memórias não ditas. É um filme poético, mas que deseja ser acessível, para que todos possam sentir e imaginar novas possibilidades de mundo.”

Carol também comentou sobre o formato curta-metragem:

“O curta dialoga muito com essa nova geração, que busca mensagens rápidas e dinâmicas. É uma forma de mostrar que o cinema pode ser múltiplo, sem perder sua capacidade de transformar.”

Carol Aó – diretora de “O Céu Não Sabe Meu Nome”

Formação de público e acesso à cultura

Já a diretora Luiza Botelho, de Bela-LX 404, destacou a relevância de iniciativas como o CineB para formar público e ampliar o alcance do cinema nacional:

“Sou uma grande fã do CineB. Essa aproximação é essencial para que as pessoas conheçam o cinema brasileiro, nossas histórias e nossa cultura. Projetos assim ajudam a criar apetite pelo nosso cinema e a conectar o público a narrativas que refletem quem somos como povo.”

Ela ainda reforçou a potência do curta-metragem como porta de entrada para novos públicos:

“O curta, por sua duração menor e pela intensidade das histórias, pode ser uma ponte importante para aproximar os jovens do cinema. Ele mostra que existe um mundo além das grandes produções de Hollywood.”

Luiza Botelho – diretora de “Bela-LX 404”

Um debate que ecoa

A noite não se encerrou com os créditos finais: professores, alunos e convidados levantaram perguntas e compartilharam reflexões que mostraram o quanto os filmes provocaram identificação e pensamento crítico. O diálogo franco sobre identidade, pertencimento e diversidade cultural foi a prova de que o cinema, além de entretenimento, é ferramenta poderosa de formação e transformação social.

Sobre o Projeto CineB

Desde 2007, o CineB já realizou mais de 740 sessões gratuitas, alcançando cerca de 92 mil espectadores em comunidades e universidades da cidade de São Paulo e região metropolitana. O projeto tem como missão democratizar o acesso ao cinema nacional, valorizar a produção cinematográfica brasileira e fortalecer laços comunitários por meio da sétima arte. Ao longo de seus 18 anos, o CineB exibiu 172 longas-metragens e 125 curtas, além de realizar pré-estreias e homenagens a cineastas e parceiros.

Durante a pandemia, o projeto se reinventou com ações como CineB Online, CineB na Janela e CineB Autorama, garantindo acesso contínuo ao cinema mesmo em tempos de distanciamento social.

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Veja as fotos:

One comment

  1. Que projeto lindo! Obrigada CineB pela oportunidade e parabéns por fazer um trabalho tão incrível e importe 👏🏾👏🏾👏🏾

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