Por Paulo Castro –
Olha o CINEB NAS UNIVERSIDADES em sua segunda exibição do ano. Na terça-feira, 21 de maio, levamos o filme EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS DOS SEUS LINDOS LÁBIOS para o CINUSP Paulo Emílio, na Cidade Universitária. A sala, que tem capacidade para 100 lugares, foi toda ocupada pelos alunos da USP. Após a sessão, os diretores Beto Brant e Renato Ciasca participaram de um debate sobre o filme.
Neste debate, os alunos estavam mais interessados no processo de escolha e preparação dos atores do filme. Renato Ciasca contou como foi a construção do personagem pastor Ernani, vivido pelo ator Zecarlos Machado: “Este personagem espiritual não era de uma religião específica. Nós criamos alguém que falasse o que, nós diretores, queríamos. É uma junção de Teologia da Libertação com Santo Daime, que o Zecarlos pratica faz tempo. “Nós estudamos a bíblia juntos durante quatro meses. Ele tinha que ser um líder espiritual ligado a questão social da terra”, completou Renato.
Beto falou da escolha de Camila Pitanga para viver a protagonista Lavínia: “Além de ser linda, ela é uma atriz madura, que está em um momento bem bacana de sua carreira. Ela também participa de ações socias em uma ONG, ou seja, tudo a ver com o nosso filme. Ela compôs o personagem tão bem que, depois de um momento, nem a gente sabia tão bem da Lavínia quanto ela”.
O filme retrata um amor proibido entre um homem e uma mulher. De pano de fundo é tratada a questão do tráfico de madeira no interior do Pará. Na sessão do CINUSP estava presente a estudante de mestrado em Ciência Ambiental, Laise Sampaio, que é natural do interior do Pará: “Já tinha ouvido falar muito bem do fllme. Sou de uma cidade vizinha às locações (Santarém-PA) e muitos amigos de lá falaram das gravações na época”, lembrou Laise. “Gostei bastante do filme, me senti bem retratada como paraense e achei que a forma como foi tratada a questão política é exatamente o que acontece por lá”, completa a estudante. Beto Brant elogiou Laise: “Esta menina é uma guerreira por estudar questões ambientais e voltar pra lá. Vai ter muita briga ainda”, falou o diretor.
A sessão foi bem interessante, pois tiveram vários estrangeiros na plateia. Solimary Garcia, estudande da Colombia, falou o que mais gostou do fllme: “Achei bem legal mostrar uma história de amor e também as questões do tráfico de madeira”. Cristina Peres, também da Colombia, também citou o roteiro: ” Adorei o paralelo entre a questão social e humana que o filme apresenta, mas o que mais me chamou a atenção foram as cores do filme. Achei muito bonita”, completa a intercambista no curso de Ciências Sociais.
A repórter do site Cinemascope, Joyce Pais, que cobriu a sessão, disse que “além da questão de acessibilidade, esta sessão dá a opção, à quem perdeu o filme na época do lançamento, de ve-lo na tela de cinema, o que é uma experiência como nenhuma outra. E essa troca entre quem produz o filme e quem assiste é muito esclarecedora”, conclui a repórter.
Muito bacana mesmo a sessão no CINUSP. O pessoal compareceu em peso, a conversa foi bem humorada, sempre como deve ser uma boa sessão de cinema. Valeu pessoal da USP e do CINUSP Paulo Emílio. Até a próxima.
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