Por Paulo Castro –
No último domingo, o CINE B levou cinema ao picnic comunitário organizado pelo Moradores de Pinheiros Contra a Verticalização Desenfreada, na Praça Bendito Calixto. O evento contou com sarau, brincadeiras e, ao final, a projeção do documentário Tropicália. Após a sessão, houve debate com o diretor Marcelo Machado, que encerrou a atividade de confraternização dos moradores de Pinheiros.

O movimento começou quando um casarão da década de 40 foi demolido – mesmo em análise de tombamento pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Conpresp) – para dar lugar a um projeto de torres comerciais e um shopping. “Foi um crime o que a construtora Elbor e a família proprietária do terreno fizeram, pois havia uma liminar da justiça que impedia a demolição”, afirma o integrante do movimento, Eduardo Abramovay. Em função disso, os moradores propõem a criação do Parque Pinheiros no local, pois o bairro não suporta mais novos prédios: “Temos uma carta do Hospital da Clínicas que afirma que o projeto das torres comerciais complicará ainda mais o acesso ao hospital, além do que não há espaços verdes nesta região”, conclui Abramovay. Na abertura da sessão, ele destacou que o evento e o filme são importantes para as pessoas se conhecerem e se unirem no movimento em defesa do bairro.


Rose Campos, que realizou o sarau antes do filme, contou porque acha importante atividades culturais em espaços públicos, como a praça: “Se eu quero debater um assunto que mexe com a vida das pessoas, eu tenho que fazer no meio do povo. E a arte é a melhor forma de realizar isso. As pessoas se sensibilizam muito mais com o que é cantado, com o cinema, do que com alguém falando sem parar”. A professora de História, Marli Dias, adorou o documentário: “Este filme é excelente para eu usar em sala de aula. Ele me dá oportunidade de trabalhar a questão da música e também a história do Brasil com os alunos, pois eles estudam todos estes artistas, mas nem sempre os conhecem”, disse a professora


O coordenador do CINEB, Cidálio Vieira Santos, destacou as atividade do projeto: “Além de sessões em praças, como esta, nós levamos o cinema brasileiro para comunidades e periferias de São Paulo, Osasco e região. A sessão de hoje é muito especial, pois estão presentes vários cineastas e lideranças locais”. A diretora da Brazucah, Cynthia Alário, lembrou a importância dos circuitos alternativos de exibição: “O filme só vira cinema quando é visto pelo público”. Cynthia falou ainda da boa receptividade do Tropicália por professores e alunos quando o filme foi passado no CINEB NAS UNIVERSIDADES.

O diretor de Tropicália, Marcelo Machado, estava empolgado com a exibição do seu filme a céu aberto: “Estou muito feliz em mostrar o documentário aqui. Sou morador da região e nos anos 80 eu tinha uma produtora aqui na praça. Então, é um enorme prazer estar aqui, ainda mais com a presença de grandes amigos”. Machado estava feliz, pois soube recentemente que Tropicália será exibido na Inglaterra e Itália, o que abre possibilidades do filme para diversos festivais do mundo.

Também estiveram na sessão cineastas Tata Amaral e Rubens Rewald, o diretor da Brazucah Produções, Marco Costa e Taís Mauad, do Movimento Boa Praça. Agradecimentos especiais ao Jornal Gazeta de Pinheiros, Jornal da Gente, Jornal Nosso Bairro, Movimento Boa Praça e O Guia da Vila.
Muito bom para nós do CINEB poder completar esta confraternização de luta dos moradores pelo bairro de Pinheiros. Todas as fotos da sessão estão disponíveis em nosso FIickr. E fique por dentro das próximas sessões do CINEB em nossa página do FACEBOOK.
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