O CINEB esteve, na última sexta-feira, 16/9, na Zona Sul de São Paulo para exibir o documentário Tarja Branca, de Cacau Rhoden. A sessão aconteceu na Associação dos Moradores do Parque Cocaia, na região do Grajaú.
Foi uma das mais animadas sessões do ano. Na tela, o documentário Tarja Branca, de Cacau Rhoden. Na plateia, mais de 150 alunos do Ensino Médio da Escola Estadual (EE) Irmã Chalita, que fica no Parque Cocaia, região no Grajaú, na Zona Sul de São Paulo. A sessão aconteceu na Associação dos Moradores do Parque Cocaia, que fica ao lado da escola.

O documentário produzido pela Maria Farinha Produções foi exibido pela primeira vez no CINEB. Explora a pluralidade do universo do brincar a partir dos depoimentos de adultos de gerações, origens e profissões diferentes, e como o homem pode se relacionar com a criança que mora dentro dele. Por meio de reflexões, o filme mostra as diferentes formas de como a brincadeira, ação tão primordial à natureza humana, pode estar interligada com o comportamento do homem contemporâneo e seu “espírito lúdico”.

O filme agradou quem compareceu à sessão. A secretaria da associação, Rosilene de Oliveira, lembrou que o CINEB já esteve no espaço em anos anteriores, quando o pai João Neves de Oliveira comandava a entidade. “Aqui foi onde tudo começou nesse bairro. Vem desde 1979. Foi através da associação que conseguimos a escola Irmã Chalita, a pavimentação das ruas, o transporte coletivo. A associação representa a luta da comunidade. E realizar uma sessão aqui é muito emocionante, ver a casa cheia novamente com uma atividade cultural”, comemora.

Para a professora de português, Andrea Boaventura Prado, uma das responsáveis pela organização da sessão do CINEB na Associação, oferecer uma atividade cultural aos alunos é muito importante. “A proposta da escola é sempre trabalhar a cultura, principalmente para o aluno da periferia, que tem essa necessidade”, explica. Ela lembra que os alunos da escola participaram em junho de uma sessão do CINEB na EE Samuel Weiner onde foi exibido o filme Tudo que Aprendemos Juntos, de Sérgio Machado. “Estavam todos aguardando com muita expectativa essa sessão”, comentou.

Para Dorotea de Souza, Dorothy, liderança comunitária e ativista cultural da região do Grajaú, a existência do CINEB “é maravilhosa para a periferia de São Paulo”. Dorothy participou do filme Sabotage, Maestro do Canão, que foi exibido no CINEB ano passado e já acompanhou várias sessões do projeto. “As pessoas gostam do CINEB, elas se sentem importante por se envolver com o projeto”. Já para o presidente do Grêmio Estudantil da EE Irmã Chalita, Vinicius Pereira Nunes, aluno do 2º ano do Ensino Médio, o documentário exibido pelo CINEB “mostra como é importante brincar e ser feliz”.


A sessão contou com a presença de Luiz Cláudio Marcolino, diretor da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e idealizador do projeto CINEB quando era presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Na abertura oficial da sessão, Marcolino lembrou que na escola pública em que estudou, na Zona Sul, também aconteciam muitas atividades culturais. “A cultura ajuda o estudante a construir uma consciência crítica, as artes formam o cidadão, que passa a ter consciência de seus direitos”, finaliza.

O CINEB é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, o já atingiu um público superior a 54 mil espectadores em mais de 400 sessões gratuitas realizadas em comunidades e universidades de São Paulo. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil. Já foram exibidos na tela do CINEB mais de 75 longas-metragens e 50 curtas-metragens, além da realização de pré-estreias exclusivas.