O bairro da Água Funda, localzado na região Sudeste de São Paulo, recebeu pela primeira vez o projeto Cine B. A sessão aconteceu na Associação dos Moradores e Amigos da Água Funda, na última sexta-feira (11/11) para exibir o longa De Onde Eu te Vejo, de Luiz Villaça.
Conhecida por ter em seu território parte do Parque Estadual Fontes do Ipiranga, onde fica a nascente do córrego do Ipiranga, o bairro da Água Funda, na região Sudeste de São Paulo, recebeu pela primeira vez projeto Cine B. A sessão aconteceu na Associação dos Moradores e Amigos da Água Funda, na última sexta-feira (11/11) e contou com a presença de cerca de 100 pessoas que acompanharam os novos filmes em cartaz: o curta-metragem Graffiti Dança, de Rodrigo EBA! e o longa De Onde Eu Te Vejo, de Luiz Villaça.
Com os atores Denise Fraga e Domingos Montagner no elenco, De Onde Eu Te Vejo conta a história de amor de um casal através de sua separação. Em meio a uma São Paulo em constante mudança e efervescência cultural, Ana Lúcia e Fábio se separam após 20 anos de casamento e ele passa a viver no apartamento do outro lado da rua. Eles terão que aprender a viver a nova realidade – a separação, a crise no trabalho e a mudança de cidade da filha – e perceberão que no meio da confusão da vida moderna é possível reinventar uma nova forma de amar. Completando o elenco do filme estão Marisa Orth, Juca de Oliveira, Laura Cardoso, Fúlvio Stefanini, Marcelo Airoldi, Laila Zaid e Manoela Aliperti. A produção é de 2016.
Já Graffiti Dança, lançado em 2013, ganhou o prêmio de Melhor Curta Brasileiro pelo Juri Popular na edição São Paulo do Festival Anima Mundi. A produção, em stop motion, apresenta pintura realizadas especialmente para o filme e que permanecem ainda hoje nos muros de São Paulo. A realização é do coletivo Graffiti com Pipoca, que trabalha com grafitti e animação dede 2005.
O Cine B chegou até a associação, que conta com um Telecentro e oferece cursos de informática, ginástica, dança, teatro e canto coral, por meio das amigas e admiradoras do projeto Daniela Bontempi e Analu Camargo. Analu foi bancária, é moradora do bairro e diretora da associação. Já Daniela é atriz, monitora de informática e professora de teatro da associação. Elas participaram, em junho, da abertura da sessão especial do filme Chico – Artista Brasileiro ao cantarem canções do artista.
Elas apresentaram o projeto à presidente da associação, Isabela Graciana Mendes dos Ramos, que contou que acabou aceitando que o projeto organizasse uma sessão tanto que Daniela e Analu insistiram. “Estamos fortalecendo o setor da cultura”. Isabel é referência quando o assunto é a associação. Presidente da entidade há 15 anos, em sua gestão a associação conseguiu da prefeitura a sessão da área e o apoio do Hospital Cepaco para a construção do prédio de dois andares, que atualmente conta com um Telecentro e um grande salão para reuniões e atividades esportivas, culturais e de lazer. “Nós já tivemos aqui um projeto de combate à desnutrição infantil, que era grande na região. Depois que acabaram os problemas de desnutrição do bairro, implantamos um consultório dentário. Felizmente a prefeitura resolveu essa demanda. Então mudamos para um projeto cultural, o Projeto Arteiros, que é o canto coral com adolescentes de 13 a 15 anos. Nossa missão é a melhoria da qualidade de vida dos moradores continuamente”, explica.
Daniela explica que a associação vem aumentando as atividades culturais como o teatro e o canto coral para adolescentes e para adultos e isso vem atraindo um público novo para a entidade e o Cine B pode ajudar a ampliar esse público. “O projeto é fantástico porque promove o encontro das pessoas e ampliam as atividades da associação”, avalia. De fato, cerca de 20% do público presente na sessão estavam pela primeira vez na associação, algo considerado inédito pela presidente.
Já o casal Francisca Gerlania Lima Aguiar e Arlindo Pereira da Silva são frequentadores contumazes do espaço. Ela é de Sobral no Ceará e ele de Rio Pardo, Minas Gerais. Estão há oito anos juntos e utilizam o Telecentro diariamente, principalmente para usufruírem do wi-fi. O casal estava frequentando uma sessão de cinema pela primeira vez. Francisca conta que não ia ao cinema “porque lá se gastava muito dinheiro” lembrando de quando morava no Ceará.
Ouro grupo de frequentadores do espaço era formado por João Vitor Carmona, Maria Clara Carmona, Maria Salete, Maria Zelia delfino e José Delfino. O grupo, bastante animado tanto antes quanto depois da sessão, integra o coral adulto, participam das aulas de zouca e dos bailes para a terceira idade. Todos gostaram muito do filme e terminaram o dia levando muitos brindes para a casa entre camisetas e produtos de beleza orgânicos da Surya Brasil.
O CINEB é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, o já atingiu um público superior a 54 mil espectadores em mais de 400 sessões gratuitas realizadas em comunidades e universidades de São Paulo. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil. Já foram exibidos na tela do CINEB mais de 75 longas-metragens e 50 curtas-metragens, além da realização de pré-estreias exclusivas.