Halder Gomes encerra temporada de “Shaolin”

O diretor da comédia “Shaolin do Sertão”, Halder Gomes, participou da última sessão que o CineB organizou para o longa, que aconteceu no Salão de Festas da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na VIla Leopoldina, Zona Oeste da capital.

Depois de divertir o público por onde o CineB apresentou a comédia “Shaolin do Sertão”, sua temporada chegou ao fim na última sexta-feira, 18/8, no Salão de Festas da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, localizada na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo.
Para encerrar com “chave de ouro”, o CineB convidou o diretor Halder Gomes, que está em São Paulo finalizando um novo filme, que deve ser lançado até o ano que vem, para participar de um debate com o público. Cearense de Fortaleza, Gomes já é conhecido do público do CineB. Seu filme anterior, “Cine Holiúdy”, exibido em 2014, agradou o público por onde passou. O cineasta também esteve na entrega do 5º Prêmio CineB no mesmo ano.

Professores e alunos do Projeto Ilha de Vera Cruz.

Lançado em outubro de 2016, a “Shaolin do Sertão” conta a história dos lutadores de vale-tudo que durante a década de 80 passaram por dificuldades devido à falta de lutas profissionais. A fim de manter a paixão pela luta, eles desafiam os valentões no interior do Ceará que aceitam participar da competição. É assim que Aluisio Li vê a chance de ouro para realizar o sonho de se tornar um verdadeiro mestre das lutas como os heróis de seus filmes favoritos. Com Edmilson Filho e Falcão no elenco.

Monitores e moradores do Albergue Zanconi.

Vila Leopoldina foi o local que aconteceu a primeira sessão do CineB em uma comunidade, em junho de 2007. Desde então, já foram exibidos dez filmes no salão da paróquia: “Tapete Vermelho” (2007); “Garoto Cósmico” (2008); “A Máquina” (2009); “O Casamento de Romeu e Julieta” (2010); “O Contador de Histórias” (2011); “À Beira do Caminho” (2013); “Cine Holliúdy” (2014); “Imã Dulce” (2015); “Apart Horta” (2016); e agora, “Shaolin do Sertão”.

Professores do EJA da EMEF João XXIII, do Butantã.

Para a sessão especial, compareceram várias instituições da comunidade, como o Albergue Zanconi, um centro de acolhida que cuida, atualmente, de 180 moradores de rua. Rosana Amaral gerente do espaço conta que 22 moradores do centro acompanharam a sessão. “É muito gratificante vê-los sair um pouco e usufruir de uma atividade cultural”, comenta. Também o Centro para Criança e Adolescente (CCA) Madre Nazarena estava representado pela coordenadora Luciana, assim como Andreia Zanetti representava a Pastoral da Família da Igreja.

Chegada dos alunos da EE Herbert Baldus, do Grajaú.

Escolas também marcaram presença, entre elas, Ilha de Vera Cruz, um projeto social de alfabetização de adultos da Escola Vera Cruz comandado pelas educadoras Carla e Lucília. Do Butantã, 40 alunos e professores de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) João XXIII fretaram um ônibus para acompanhar a sessão, assim como alunos do Ensino Médio da Escola Estadual (EE) Herbert Baldus, que fica no Grajaú, Zona Sul, cruzaram a cidade por mais de duas horas para acompanhar o filme e o debate com o diretor Halder Gomes.

Na abertura oficial, ao centro, Cidálio Vieira Santos, coordenador do projeto, frei Alcimar, e Andreia, da Pastoral da Família.

Antes de começar a sessão, foram sorteadas camisetas do projeto e livros doados pela ONG Éh Aqui, uma parceira que funciona como uma facilitadora na doação de livros, visando democratizar o acesso à leitura. Na abertura oficial, o frei Alcimar Fiorezi, atual padre da igreja, lembrou a importância que um projeto como o CineB tem como disseminador da cultura brasileira e da possibilidade da população poder desfrutar de uma atividade de cultura, lazer e fruição de graça.

Mais de 200 pessoas na sessão.

O diretor do filme chegou no meio da exibição e ficou acompanhando a reação do público, que ultrapassou as 200 pessoas. Pouco antes de começar o debate, contou que apesar de ter acompanhado, no ano do lançamento, em 2016, muitas sessões do filme pelo Brasil, já fazia tempo que não o revia. “Reencontrar o filme agora, com distanciamento, vendo o olhar do público e ver porque o filme foi tão bem recebido, fez tanto sucesso, porque [o público] foi tão carinhoso com o filme foi uma ótima experiência”, avalia.

Público envolvido no debate com Halder Gomes.
Fã do cinema de artes marciais, Halder contou sua história de dublê do gênero em Hollywood.

Ao final da sessão, Helder respondeu a vários questionamentos do público e falou um pouco de sua história como diretor, dublê de filme de ação nos EUA e dos projetos de futuro. “Graças a Deus minha agenda está cheia até 2022”, comemora. Sobre o CineB, ele enfatiza: “eu desejo vida longa ao CineB e que continue cada vez mais levando o nosso trabalho aonde o cinema não chega às pessoas”, finaliza.
Para o professor de história da EE Herbert Baldus, Kleber Oliveira Natividade, que ao lado da professora Osvânia organizou os alunos da escola para acompanhar mais uma sessão do CineB seguida de debate – a terceira do ano – “é sempre bom poder acompanhar as novidades do cinema brasileiro […] conversar, dialogar, debater com os diretores desses filmes. Isso é muito positivo sobretudo para a juventude, que fica mais próxima da sétima arte”, comentou.

Paulo Lomar, Maria Silvia Lomar, os educadores Pedro Pontual e Maria Cecília Figueira, moradores do Butantã também acompanharam o debate.

Opinião semelhante da pedagoga aposentada Maria Cecília Figueira Melo, moradora do Butantã, que acompanhou uma sessão do CineB pela primeira vez. Para ela, “é uma excelente oportunidade de discutir, de reunir o povo, de ter acesso a um conteúdo ao mesmo tempo divertido, […] que ajude repensar, elaborar as questões da vida, o empoderamento do povo”, argumenta. Reflexão que o professor de História Márcio de Souza, da EMEF João XXIII, vai procurar fazer com os alunos do EJA a partir do debate. “Nosso papel é trabalhar o cinema, tanto no viés da cultura de massa, quando na construção de identidade do receptor, a partir da história de cada um”. E complementa: “ficamos muito felizes que vocês nos possibilitam um repertório cultural da indústria, do cinema brasileiro, que procura encontrar uma diversidade dos brasis”, finaliza. A sessão contou com o apoio do Fórum Social da Vila Leopoldina, da página Observatório Leopoldina no Facebook, e da secretária da igreja Bernadete pela distribuição dos convites.

Até a próxima sessão!

O CineB é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, o já atingiu um público superior a 56 mil espectadores em mais de 430 sessões gratuitas realizadas em comunidades de São Paulo. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil. Foram exibidos na tela do CineB mais de 100 longas-metragens e 69 curtas-metragens, além da realização de pré-estreias exclusivas.

 

3 comments

  1. Obrigada Cine B pela oportunidade de trazer o cinema Brasileiro em nossa comunidade!! É de grande aproveitamento cultural para jovens, adultos e idosos!! O filme do Shaolin foi muito divertido!! Esperamos a nova sessão em 2018!!!

  2. Quero agradecer imensamente ao Cineb por proporcionar uma noite de muita alegria, entretenimento e de grande interaçäo entre o público ali presente. Os usuários do Albergue Zancone ficaram dias comentando sobre o filme Shaolin, ressaltando a cultura nordestina com muito teor cultural.

  3. Projeto maravilhoso! Através do Cine B vários alunos e pessoas da comunidade puderam conhecer um pouquinho do cinema brasileiro. Divulgar o que é nosso é sempre bom. Estamos ansiosos para a próxima sessão. Muito obrigada Cine B, até a próxima sessão!

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