Jardim dos Álamos na rota do CineB

O CineB esteve no último sábado, (2/9), na EE Dr. Mário Lopes Leão, no Jardim dos Álamos, região de Parelheiros, para exibir “Doméstica”, documentário de Gabriel Mascaro. A sessão contou com a participação do ProBrasil Grupo de Dança.

Antes do início da sessão, apresentação do grupo de dança da Associação Pró-Brasil.

Desde o final de agosto, Parelheiros está na rota do CineB. A região receberá três sessões seguidas do mais importante projeto de democratização do cinema brasileiro da cidade de São Paulo. Parelheiros é uma das regiões mais carentes da capital paulista quando o assunto é arte e cultura. Por isso o CineB está sempre por lá. No último sábado, (2/9), aconteceu a segunda das três sessões, dessa vez na Escola Estadual (EE) Dr. Mário Lopes Leão. Em cartaz, o documentário “Doméstica”, que tem roteiro e direção de Gabriel Mascaro. O filme, de 2012, é um registro do cotidiano do trabalho doméstico a partir do registro feito por sete adolescentes, que gravaram, por uma semana, empregadas domésticas de suas casas. Eles entregaram o material bruto para o diretor que montou um filme com essas imagens. Entre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do cotidiano, o documentário lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e se transforma num potente ensaio sobre afeto e trabalho.

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A sessão aconteceu na quadra coberta da escola. Antes da exibição do filme, o PróBrasil Grupo de Dança, formado por alunos e ex-alunos da escola e comandado por Jack Correa, apresentou a coreografia Xique Xique (música de Tom Zé). O grupo existe há oito anos e foi criado pela Associação Pró-Brasil, uma entidade que atua na região de Parelheiros e conta com uma unidade no Jardim dos Álamos conta Andressa Helfstein dos Santos, assistente administrativo no Centro para Criança e Adolescente (CCA) Jardim Fortes e estudante de letras. “O grupo tem se apresentado na escola, por aqui no bairro, e em festivais fora. Dia 10, por exemplo, a gente vai para o Festival Bravos, que é importante no mundo da dança. A gente conseguiu viagem, estadia, tudo de graça porque o grupo tem o que mostrar”, festeja.

O coordenador do CineB, Cidálio, a diarista e massoterapeuta Maria Bueno e a vice-diretora Maria Emília.

A abertura oficial da sessão contou com a presença da vice-diretora e coordenadora do projeto Escola da Família, Maria Emília Lopes. Ela conta que conheceu o CineB quando o um dos idealizadores do projeto, Luiz Cláudio Marcolino, atual diretor da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a convidou para acompanhar uma sessão na EE Joaquim Álvares, na Barragem. “Fui coordenadora pedagógica de lá por um tempo. Eu conheci o projeto e gostei. Acabei voltando lá outras duas vezes e agora trouxe a sessão para cá”, explica. Ela conta que os alunos conhecem pouco o cinema brasileiro. “Nossas crianças e adolescentes crescem vendo filmes estrangeiros, então é uma oportunidade para conhecer nosssa cultura”, analisa.

Integrantes do grupo de dança que se apresentou na sessão.

Mesmo o friozinho de fim de inverno, típico da região de Parelheiros, não foi problema para os moradores. Ao final da sessão, elogios e críticas ao filme. Maria Bueno, que criou os três filhos trabalhando como empregada doméstica, explicou que as empregadas retratadas no filme não representam o que ela entende pela profissão. “Quando eu era doméstica, minha patroa era bem rígida, não tinha toda essa liberdade não”, comenta. Atualmente Maria é massoterapeuta e trabalha apenas um dia por semana como diarista, “para ter um ganho fixo quando não faz massagens”. Maria era a única empregada doméstica presente na sessão e foi presenteada por um pano de prato especialmente confeccionado para a sessão.
O CineB é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, o já atingiu um público superior a 56 mil espectadores em mais de 430 sessões gratuitas realizadas em comunidades de São Paulo. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil. Foram exibidos na tela do CineB mais de 100 longas-metragens e 69 curtas-metragens, além da realização de pré-estreias exclusivas.

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