O CineB esteve na Unisantanna, na Zona Norte de São Paulo, em 13 de maio de 2019, para exibir o documentário “Bienvenidos a Boa Vista”, seguido de um debate com a diretora, Elisângela Cordeiro.
A Unisantanna, universidade privada localizada na Zona Norte de São Paulo recebeu, no dia 13 de maio, mais uma sessão do projeto CineB, dessa vez, para a exibição do documentário “Bienvenido a Boa Vista”, de Elisângela Cordeiro. Foi a quarta vez que o CineB esteve no centro universitário, e segundo Eduardo Nunes, coordenador do curso de História, o projeto é sempre bem acolhido porque traz “temas que os filmes brasileiros estão colocando em pauta, temas sempre urgentes e necessários”, destacou.
O média metragem “Bienvenidos a Boa Vista”, dirigido por Elisângela Cordeiro, jornalista responsável pela TV dos Bancários, retrata a imigração de venezuelanos para o Brasil, que já ultrapassou 250 mil pessoas nos últimos anos. O estado de Roraima tem sido a principal porta de entrada de venezuelanos que migraram para o Brasil. Quem deixa seu país origem, às vezes, até como última opção para si e seus familiares, aposta em dias melhores. O documentário de 30 minutos conta parte dessa trajetória pelo olhar das mulheres, que têm mudado o mapa recente da migração brasileira. O filme dá voz tanto para aquelas que chegam, quanto para quem as recebem.
Elisângela conta que o documentário é uma forma de “contar um pouco da realidade que acontece” com os latino-americanos que vêm para o Brasil. “Uma coisa é quando vem europeus, outra coisas, é quando vem africanos, venezuelanos, então é uma forma de a gente […] combater a xenofobia, relembrar que todos nós somos imigrantes, porque é um país formado por migração, e acho que é uma forma de ver nossa história e se enxergar nela e respeitar quem está chegando”, avalia.
Elisângela destaca o importante papel que a universidade tem nos debates sobre questões nacionais. “Ainda mais na conjuntura que vivemos, de ataque às universidades, ataque à educação, a retirada de recursos, então é muito importante a gente vir à universidade e poder ter essa oportunidade de debater e conhecer mais sobre a nossa realidade”, avalia.
A sessão contou com alunos de Letras, Música, Matemática, História e Pedagogia. Após a exibição do filme, o coordenador do CineB, Cidálio Vieira Santos, mediou, por cerca de uma hora, um debate entre a diretora do documentário, o professor e os alunos. “Eu já tinha assistido no auditório, o ano passado [o longa-metragem “Era o Hotel Cambridge” de Eliane Caffé], por isso me interessei novamente. Deveria ter mais, ver a realidade dos dois lados, pois um país não tem só Bolsonaro. É ver a realidade e cada um tirar a sua conclusão”, apontou Antonio Cavalcanti, aluno do sexto semestre de licenciatura em Letras e microempresário.
O CineB/CineB Solar é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, já atingiu um público superior a 65 mil espectadores em mais de 520 sessões gratuitas realizadas em comunidades e universidades de São Paulo. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil. Já foram exibidos na tela do CineB mais de 126 longas-metragens e 74 curtas-metragens, além da realização de pré-estreias exclusivas.