“A vida é uma doença fatal e sexualmente transmissível”, diz o caça talentos, personagem assexuado de Natimorto, filme dirigido por Paulo Maschline, que estréia nos cinemas no primeiro semestre de 2011.
Clique para assistir reportagem da TV B sobre a exibição.
Com excelentes sacadas e uma fotografia intensa nas cores e formas, o longa-metragem Natimorto fez sua primeira pré-estréia com o projeto CINE B NAS UNIVERSIDADES, na sala de cinema da Anhembi Morumbi. No final da exibição, o diretor do filme Paulo Maschline e o escritor do livro de mesmo nome e também ator principal no longa, Lourenço Mutarelli, responderam as perguntas do público. O CINE B NAS UNIVERSIDADES é mais um projeto do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e Brazucah Produções.
“Embora não pareça, Natimorto é uma história de amor”, disse Paulo Maschline. “Inclusive indicaram não usar este título, por causa da palavra morte. ‘Ninguém vai assistir este filme’, me disseram, mas eu já tinha feito um pacto com o Lourenço, de manter o mesmo nome”, disse Paulo que estréia com Natimorto na direção de longas-metragens.
“Quando vi o primeiro corte fiquei muito impressionado em como o Paulinho foi fiel com meu trabalho”, disse o agora também ator, quadrinista, escritor e desenhista de HQs premiadas, Lourenço Mutarelli.
No filme O cheiro do ralo (roteiro escrito à partir de outro livro dele), Mutarelli, também faz um trabalho como ator, num papel pequeno, mas fundamental para ressaltar o significado do nome do filme. Já em Natimorto o escritor faz o personagem principal, contracenando com Simone Spoladore, que faz muito bem uma jovem cantora.
“O Mutarelli no filme foi algo que acabou acontecendo. Chegamos até a cogitar alguns galãs para o papel principal, mas eles não pareceram uma boa escolha pelo estilo sombrio do personagem”, disse Paulo Maschline.
“Tinha que ser um cara feio, não dava para colocar alguém bonito para fazê-lo. Então, depois de muito pensar, me ofereci para fazer o teste e o pessoal gostou de minha atuação”, disse Lourenço Mutarelli.
Quando assisti ao trailer do filme, pensei que Mutarelli no papel principal havia sido uma escolha ruim. Mas ao assistir Natimorto, percebi que errei em meu julgamento. Mutarelli consegue dar uma veracidade incrível a este personagem assexuado. Sua atuação é inocente, mas genuína e conectada com a alma do caça-talentos, e agrada na grande tela.
Assista a este filme numa sala de cinema, porque a intensa brincadeira de sons, tons de cores, efeitos de iluminação e cenografia, transporta o espectador para dentro de um caótico quarto de hotel, onde as figuras dos maços de cigarro viram cartas de Tarot, revelando destinos e sensações estranhas tanto ao espectador, quanto aos personagens. O humor do filme é singular, marca registrada do melhor estilo Mutarelli. “Tem horas que você ri, mas fica confuso, porque não parece algo engraçado, mas é”, disse o diretor Paulo Maschline.
Definitivamente, não é um filme para o grande público, mas orgulha muito aos brasileiros pela qualidade impecável das diversas áreas da produção, além de uma história pra lá de inusitada.
“Li o livro, assisti ao filme e a peça. O filme é muito fiel ao livro e todas as escolhas foram boas. Vale a pena assistir mais de uma vez”, disse o estudante de cinema da Anhembi-Morumbi, Aloysio Araujo.