LUZ – CENTRO DE SÃO PAULO

Cine B no estacionamento da Padaria Casa Aurora
Mais de 100 espectadores estiveram no Cine B que aconteceu no estacionamento da Padaria Casa Aurora

Em maio de 2011 a Prefeitura de São Paulo anunciou um projeto de revitalização do bairro da Luz a ser realizado por quatro empresas privadas, à partir de 17 de junho desse ano. O projeto propõe demolir diversos imóveis da região e construir no lugar, prédios funcionais, os quais o térreo é comercial e os demais andares, residencial, além da transformação de algumas ruas em calçadões, num estilo urbanista semelhante algumas cidades europeias.

O problema é que os moradores da Luz sequer foram consultados pela Prefeitura e há apenas três meses, alguns receberam a amarga notícia de que o imóvel que vivem será demolido.

O Cine B, para não ficar de fora dessa, através do convite da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro da Santa Ifigênia e Luz (AMOALUZ), armou o cinema no estacionamento da Padaria Casa Aurora, a qual está na injusta lista dos imóveis que serão demolidos.

Esperamos que isso não aconteça, e se depender da Paula Ribas, presidente da Associação e os outros participantes do grupo, a revitalização do bairro será mais coerente com a realidade da região e, claro, menos especulativa.

“A Prefeitura fez um trabalho de gabinete, há 4 anos já vem planejando essa revitalização sem nunca ter nos consultado e você sabe, tudo que é feito a portas fechadas, é meio duvidoso”, diz Atílio Bari, morador da região e apresentador do Programa Em Cartaz, da TV Aberta São Paulo. “Do jeito que a coisa andava, um dia iríamos acordar já com o trator pronto para derrubar nossa casa”, diz.

Por isso, Paula Ribas, moradora da avenida Santa Ifigênia, não se deu por satisfeita e há 3 meses oficializou a Associação de Moradores e saiu para a rua munida de um megafone para alertar os vizinhos da necessidade de se unirem contra a especulação imobiliária. “Não somos contra essa revitalização, mas queremos ser ouvidos pois tudo foi decidido sem consultar a população”, diz Paula.

Cidálio Vieira Santos, coordenador do Cine B descontrai a abertura do Cine B, com  a presidente da AMOALUZ, Paula Ribas e o deputado estadual pelo PT, Luiz Cládio Marcolino
Cidálio Vieira Santos, coordenador do Cine B descontrai a abertura da sessão, com a presidente da AMOALUZ, Paula Ribas e o deputado estadual pelo PT, Luiz Cláudio Marcolino

“Aqui não é só cracolândia, tem muitos moradores em nosso bairro, e só quando nos juntamos é que conseguimos ser ouvidos pelo governo e pela mídia”, diz Walter Tabax, morador da Luz e participante da Associação. “Ainda estamos engatinhando, porque apesar de a alguns anos nossa Associação já existir de maneira informal, há poucos meses que divulgamos com mais força nossas reivindicações como moradores e hoje conseguimos trazer o Cine B, que vai ajudar a trazer mais gente para nosso movimento”, diz.

“Hoje programas de moradia precisam aliar cultura, esporte e lazer”, diz o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino, que compareceu nesta exibição. “O Cine B mostra que é possível agir em conjunto com a comunidade, que isso pode trazer melhores resultados aos projetos do governo”, diz.

Essa é uma das paredes de um antigo cinema que virou estacionamento, na rua XX. Nossa história arquitetônica não pode ser apagada!
Essa é uma das paredes de um antigo cinema que virou estacionamento, na rua Guaianases. Nossa história arquitetônica não pode ser apagada e para isso precisamos cuidar do Centro de São Paulo, não demolir

MEGAFONE

Paula Ribas começou montando um blog na internet porque não se sentia representada como cidadã. “A ideia foi chamar atenção dos outros moradores e desde então muitas pessoas começaram a participar”, diz Paula. “Peguei um megafone e fui na rua chamando outros moradores, porque os síndicos, como não acreditavam nas reinvindicações, me impediam de entrar nos prédios, e com o megafone, consegui entrar pela janela dos apartamentos”, diz.

Alianças com acadêmicos, urbanistas, comerciantes, moradores e outras associações do bairro continuam a ser formadas por Paula e seus colegas. “O Cine B também é uma forma de mostrarmos para as pessoas que estamos aqui, que moramos na Luz e Santa Infigênia e que sozinhos podemos andar mais rápido, mas juntos, podemos ir mais longe”, diz Paula.

AGRADECIMENTOS

Sempre o Cine B tem ajuda de jornalistas e veículos da imprensa que divulgam nossas exibições, por isso vale a pena deixar aqui nosso muito obrigado a Monica Kikuti, do jornal Metro News, Carlos Moura, jornalista do Centro em Foco, ao site Catraca Livre e Atílio Bari, que além de ter comparecido nesta exibição, também a divulgou em seu programa Em Cartaz, que vai ao ar toda quinta-feira, ao meio dia e reprise no domingo, 1h da manhã. Quem quiser curtir a página do Em Cartaz no Facebook, clique aqui.

E já aproveitando, Atílio Bari é também autor e diretor teatral e está com a peça infantil Pigs – Os 3 porquinhos uai…, no Teatro Ruth Escobar, domingos 17h30. Não perca, leve seu filho, ou a criança que existe dentro de você!

CLICKS

O Cine B é realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e Brazucah Produções
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Haroldo Carros da Silva e sua esposa Mirtes Oliveira Santos, moradores do Centro
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"Já assisti ao Quincas Berro D'água, mas como gostei, hoje vim assistir de novo", disse Rosilda de Melo Vandeira (esquerda), que veio acompanhada de Eloise Dantas
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Seu Antônio Nascimento, nosso pipoqueiro oficial, sempre animado servindo a tradicional pipoca do Cine B
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"Antigamente ia muito ao teatro, mas como a gente trabalha muito hoje não vou ao cinema", disse a moradora do Centro de São Paulo Veneranda Alves Barbosa Sousa com sua filha Vitoria Alves Lisboa de 10 anos e a amiga Ana Jaice da Costa, de 9 anos
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A espectadora de Belo Horizonte, Renata Molandi aprovou o Cine B e veio acompanhada de seu namorado, Guilherme Acruche
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São de Guarulhos e estavam passeando no Centro de São Paulo e pegaram um Cine B: Moacir Tadeu Barbosa, sua esposa Cristiane Ramos e a filha atriz Hemily Ramos, de 13 anos
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Os sortudos da noite que levaram para casa camisetas do Cine B, além de canecas e livros da exposição Corpo Humano e agendas do Sindicato dos Bancários
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