GALERIA BORBA GATO

HISTÓRIA DE CINEMA

CineB com tudo na área, mesmo com tempestade à moda Noé, que bagunçou o trânsito já atrapalhado de Sampa. A sessão de hoje rolou na Galeria Borba Gato e teve um tom histórico.

Até 1957, Zequinha jogava futebol onde hoje é a Galeria. Jogava exatamente onde foi a sessão do Cine B de hoje. Na década de 60 foi fundada a Galeria Borba Gato, que trouxe diversão e opções de compras para a população de Santo Amaro. “Quando aqui ainda estava construindo, eu pulava do segundo andar da galeria e caía num monte de areia. Isso em 1960, tudo em obras”, diz o hoje “seu” Zequinha.

Mais crescidinho, freqüentava o cinema da Galeria, tanto que foi lá onde conheceu sua esposa, a dona Adair Lais de Morais. Ele foi um dos primeiros a ter uma loja no prédio e até hoje está lá apresentando roupas ao público feminino.

Ele e sua esposa não estariam tocando o negócio ainda por lá, se não fosse a força e a união da comunidade. Há alguns anos, ele e diversos habitantes do bairro se viram num momento de despejo. A nova linha do Metrô iria utilizar uma área na região, segundo a advogada Regina Buttner, de aproximadamente 60 mil metros quadrados. Isso do dia para a noite. Os desapropriados teriam o direito de receber de 30 a 33 mil reais pelo imóvel. Sem choro nem vela.

O bom é que alguns realmente não engoliram essa. Regina, conhecendo da Lei, começou a liderar um movimento que pressionasse os políticos por condições mais dignas. Queriam discutir, rever o plano elaborado. “Nunca fomos contra o metrô, apenas queríamos assegurar nossos direitos”, disse a advogada do escritório Buttner & Kanô. “Se era preciso ficar na frente da câmara, ficávamos, se fosse preciso parar a rua, a gente parava, fomos até o final”, acrescenta a advogada que mantêm seu escritório na Galeria Borba Gato.

“Quem não se mobilizou perdeu o imóvel. E pior era para os lojistas, porque as lojas alugadas, quem recebia a indenização era o proprietário. O lojista saía com uma mão atrás outra na frente”, disse Márcia, dona da loja Momentos, na Galeria Borba Gato.

Em setembro de 2008, a prefeitura resolveu atender às justas solicitações dos cidadãos de Santo Amaro. “Ficou claro para todos que era pura especulação imobiliária”, disse Décio da Silva, assistente da regional sul do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

De 60 mil metros quadrados, segundo Regina, hoje a área que será usada pelo metrô é de sete mil metros quadrados!

“Qualquer cidadão pode reivindicar seus direitos, reclamar. Pedimos ajuda a diversos deputados, à força sindical e ao PT”, disse Décio.

Lembrei muito enquanto ouvia esses depoimentos de vitória, do pessoal do Jaguaré, que vai ter maiores dificuldades para continuar estudando no UEJA. O negócio é fazer acontecer, galera!

E transformem esse blog num canal para vocês todos se comunicarem. Pessoal da Borba Gato tem figurinhas pra trocar com o pessoal do Jaguaré. E vice-versa! Vamos que vamos? Façam seus comentários!

SEM BAIXARIA

A dona Maria de Lourdes e sua amiga Roseli de Freitas sempre freqüentaram o cinema. Na década de 90 ele foi vendido para a Igreja Missão Mundial Graça e Paz. Desde então as sessões de filmes deram lugar aos cultos. Dona Roseli vinha muito assistir aos filmes dos Trapalhões. Era o que mais gostava nos filmes nacionais. Já sua amiga não gostava de filmes nacionais. “Tinha muita baixaria, palavrão. Comecei a gostar depois que assisti Olga, porque foi uma época que vivi, acompanhei toda a história, aliás, achava o Prestes um covarde”, disse dona Maria.

ONDE ESTÁ MINHA FILHA?

Conhecida por Regina, mas na verdade se chama Tamiko Yano, é outra personagem com uma história para contar deste antigo cinema. Contou que quando o cinema ainda funcionava, sempre procurava a filha. Ela brincava nas redondezas e acabava sempre entrando no cinema para conferir um filminho. “Como todo mundo conhecia agente, o porteiro deixava ela entrar, aí eu vinha toda preocupada e a encontrava aqui dentro”, disse Regina.

Sua filha hoje já é uma mulher. Karina Midori Sato disse que ela e os amigos lotavam uma fileira inteira. “Não prestávamos muita atenção no filme, vínhamos para brincar”, conta Karina.

HAHAHAHAHAHA

Thaís disse que não queria ver filme violento nem com gritaria. “Porque eu gosto de comédia, detesto ver desgraça”, disse indignada. Ela e suas amigas vieram conferir a sessão do CineB. Contei a elas que o filme seria sobre música, uma história bonita. “Eu adoro música”, disse Thaís. Da Pousada Reencontro, também vieram Silvana, Sandra, Elizangela, Saionara, Bruna, Mayara e Kátia. Todas munidas com uma deliciosa pipoquinha.

ORQUESTRA MÚSICA DO SILÊNCIO

No encerramento do CineB, realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e Brazucah Produções, o público teve a honra de receber a Orquestra Música do Silêncio, da zona norte de São Paulo. Há cinco anos, o maestro Fábio Bonvenuto desenvolve um competente trabalho com as crianças das escolas públicas Marechal Rondon e Lucie Bray. A surpresa foi preparada pela Regina Buttner e a apresentação foi realmente impactante. As crianças tocaram diversas músicas. O som preencheu a sala e animou a todos! Vou postar os vídeos que gravei das músicas. O som do vídeo não é lá essas coisas, mas dá para ter uma pequenina idéia do talento que esses jovens emanam. Pura arte!

PRÓXIMA SESSÃO

Cine Benéfilos do meu coração, amanhã todos convidados para ir na Vila Prudente conferir a sessão do CineB, na zona norte de Sampa. A Associação dos Amigos do Jardim Independência fica na rua Moisés Chagas de Lira, numero 60. Mais informações liga para 2154-9965.

Fim! Por enquanto… rss

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