¡Cine B ahora es internacional!
O projeto faz parte da Rede de Cinemas Latino Americanos, que desde 2010 foi criado, no México, com o intuito de promover a troca de idéias entre os diversos projetos de cinemas itinerantes da América Latina. A Rede é composta por cinemas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Venezuela, Uruguai e Holanda, este último como país convidado da Europa.
“3 milhões de pessoas já tiveram o prazer de assistir filmes através de nossos projetos”, diz Julia Motta, representante da Rede, durante abertura da exibição ao ar livre, promovido pela Rede, durante o 2º Encontro de Cinemas Latino Americanos, no 6º Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo. “São projetos que valorizam nossa cultura e facilitam o acesso das pessoas ao cinema”, diz.
Para o secretário de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ernesto Shuji Izumi, a participação do Cine B em um evento como este traz satisfação à instituição. “A sociedade dos bancários não vive isolada, então para o Sindicato, não adianta apenas defender a classe bancária, é preciso valorizar a comunidade que estão inseridos”, diz Ernesto. “O Brasil vive um bom período econômico, mas ainda prevalecem problemas culturais e sociais que precisam ser solucionados”. Também estiveram presentes nesta exibição o dirigente da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Maikon Azzi e a diretora da Fetec (Federação dos Bancários da CUT)/CUT-SP, Andréa Aniela.
Não só o Brasil sofre outros problemas, entre eles culturais. “Em qualquer lugar há pessoas que nunca foram ao cinema, em pequenos vilarejos ou cidades com características mais rurais, encontramos muitos que nunca assistiram a um filme na tela grande”, diz a holandesa Maarti Pieesma, do projeto itinerante Solar World, que exibe filmes utilizando energia captada pela luz solar. “Por isso é tão bom um encontro como esse, em que temos contato com outras pessoas que tem o mesmo objetivo que nós”. O projeto exibe filmes com temática de meio-ambiente e sociais, sempre com bom humor.
“Neste encontro podemos encontrar soluções para financiamentos para continuarmos a difundir os filmes independentes, problemas que temos em comum e soluções que cada um de nós consegui de forma diferente”, diz a argentina Griselda Moreno do Cine a la Intemperie. “No começo de nosso projeto, eu e minha sócia Vivianna Garcia, tivemos de vender um monte de coisas em casa para conseguir viabilizar nosso cinema, o mais difícil é mesmo o começo”.
A paraguaia Erika Meza que também coordena um cinema itinerante em seu país com a temática de filmes infantis, ainda hoje financia o projeto com seu próprio bolso . “Com meu cargo no Ministério da Defesa, tento sempre conseguir financiamento, mas desde 1999, quando comecei com Javier Lopes, pagamos as despesas das exibições”, diz Erika. “A solução para trabalhar com pouco dinheiro é ir até as embaixadas e pedir os direitos de exibições dos filmes gratuitos”. Segundo ela, nunca haviam exibido nenhum filme brasileiro no projeto, mas agora, através do Cine B, ela levará 7 curtas-metragens. O projeto paraguaio exibe apenas filmes direcionados ao publico infantil.
“Em nossos países, não há proteção alguma do cinema nacional e isso que importa à Rede, promover os filmes produzidos fora dos grandes circuitos comerciais”, diz o mexicano Ricardo Del Conde, coordenador do projeto La Carreta Cine Mobil. “Que adianta fazer filmes se ninguém os assiste?”
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