Pela segunda vez o Cine B chega ao Jardim Apuanã, na zona norte de São Paulo, levando muita diversão para a comunidade. Em 2009 o projeto exibiu o longa Meu tio matou um cara, de Jorge Furtado.
“Depois da primeira vez, todo mundo ficou perguntando se ia ter de novo. Quando tivemos oportunidade de trazer o cinema pra cá, não hesitamos”, conta a coordenadora geral do Projeto Apuanã, Maria Izilda Camillo. “Se todas as companhias cinematográficas tivessem um projeto como este, estariam construindo uma sociedade muito melhor”, comenta Izilda.
A espectadora Vera Nancy foi uma dessas que ficou na espera por uma nova sessão do Cine B no bairro. “Olha como está cheia a sala. É porque o povo gostou da ideia”, diz a moradora do Jardim Apuanã.
TUDO NA COMUNIDADE
O Jardim Apuanã, como a maior parte dos bairros da periferia de São Paulo, carecem de alternativas de lazer e cultura para a população.
“O cinema mais perto da gente fica no SP Norte. Só que como tiraram a única linha de ônibus que tinha em nosso bairro, agora precisamos descer na comunidade vizinha para tomar um ônibus e daí chegar ao cinema”, explica a moradora Patrícia Alves. “Fica difícil ir no cinema assim”.
Entretanto, esta é uma comunidade que está inovando seu cotidiano. Graças a uma iniciativa da coordenação da entidade Sem Terra da Zona Norte, para trazer desenvolvimento local, foi criado no Jardim Apuanã um banco que usa moeda alternativa. Os apuanãs, que é uma moeda social.
“No banco comunitário cada morador pode fazer empréstimo de até 200 Apuanãs e tem até 3 meses para pagar, sem juros”, explica a gestora do banco comunitário, Hilda Pires. “Com isso, o dinheiro que as pessoas ganham fora, acaba circulando só aqui em nossa comunidade. Temos uma parceria com os comerciantes locais, assim as pessoas podem comprar de tudo por aqui, utilizando as Apuanãs”.
“Trazer este projeto de economia solidária e desenvolvimento local foi importante para nossa comunidade, facilitando a vida dos moradores”, explica Maria Izilda Camillo.
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