Texto por Carlos Rizzo
Fotos por Carlos Rizzo e Danilo Ramos
O CINEB recebeu, na última segunda-feira, 7/12, artistas, diretores, produtores de cinema e representantes de entidades, escolas e universidades para comemorar o 6º Premio CINEB do cinema brasileiro. A festa foi comandada pelo ator Caio Blat
Quem chegava, na última segunda-feira, 7 de dezembro, ao Café dos Bancários, que fica no térreo do famoso prédio Martinelli, no Centro de São Paulo, dava de cara com uma mesa repleta de troféus em forma de saco de pipoca. O prêmio, inspirado no famoso acompanhamento das sessões do CINEB, foi oferecido a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que o projeto completasse mais uma temporada de enorme sucesso.
Foram convidados e marcaram presença os diretores e produtores dos vários filmes, curtas e longas exibidos durante o ano, atores, representantes das entidades, escolas e universidades parceiras do CINEB além dos diretores do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e autoridades como o ex-senador e secretário de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Eduardo Suplicy.
O prêmio, que chegou na sexta edição em sete anos de CINEB começou com um vídeo que apresentou os números da temporada: mais de seis mil pessoas acompanharam as 41 sessões realizadas até o momento. Durante os oito anos de projeto, já foram exibidos 75 longa-metragens e 50 curta metragens em cerca de 400 sessões, num total de mais de 50 mil pessoas.
Na sequência, o ator Caio Blat, protagonista de um dos filmes mais elogiados exibidos na temporada, a comédia Meus dois amores, assumiu o cerimonial, e fez a abertura oficial que contou com a presença de Cidálio Vieira Santos, coordenador do CINEB, Marcelo Gonçalves, diretor de Cultura do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que representou a presidenta Juvândia Moreira, que estava em viagem, Luiz Cláudio Marcolino, diretor do Sindicato, ex-deputado estadual e idealizador do CINEB quando era presidente do Sindicato, e Vagner de Freitas, presidente da CUT.
A premiação começou com o filme Sabotage, o maestro do Canão, que conta a história do rapper e ator Sabotage. O filme teve sua pré-estreia realizada pelo CINEB no bairro do Canão, na Zona Sul, em maio. Depois, o CINEB organizou, em julho, em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e os produtores do filme, uma sessão especial na região da cracolândia, no Centro de São Paulo. Ivan 13P, diretor do filme e o produtor Denis Feijão receberam o prêmio das mãos de diretores do Sindicato. Ivan lembrou da importância da sessão na cracolândia: “Foi um dos momentos mais marcantes na minha vida. Vários dos moradores nos procuraram e disseram que o Sabotage os inspirava a buscar uma saída para a situação que se encontravam”, recorda.
Outro cineasta presente, Vicente Amorim, diretor do filme Irmã Dulce, estava impressionado com a força do projeto ao saber da trajetória de sucesso seu filme durante as diversas sessões que aconteceram nas zonas Oeste e Sul de São Paulo, onde o filme foi bastante aplaudido. O diretor, que já conhecia o CINEB porque seu primeiro filme, O caminho das nuvens esteve na primeira temporada, há sete anos, elogiou o trabalho: “O que vocês fazem é fundamental. O espelho que um filme como o Irmã Dulce tem que ser para as pessoas só funciona quando projetos como o de vocês levam o filme até elas. É uma alegria enorme saber que Irmã Dulce foi tão bem recebido no circuito que vocês fazem, que forma um público admirador do cinema brasileiro”, avalia.
Em vários momentos durante o cerimonial Caio Blat brincou com a plateia contando, por exemplo, como foi contracenar com uma mula, que é protagonista do filme Meus dois amores. Mais de uma vez Caio elogiou a premiação, tão necessária para divulgar e democratizar o acesso à produção cinematográfica brasileira. “Me sinto à vontade com o CINEB, porque desde o início desse maravilhoso projeto, todo ano é exibido um filme que eu atuo” exagerou, ao comentar sobre os filmes O ano em que meus pais saíram de férias e Batismo de sangue exibidos em anos anteriores. Ele também foi um dos premiados.
Estiveram na premiação e receberam o prêmio as atrizes Camila Márdila, que representou o filme Que horas ela volta?, da diretora Ana Muylaert, película brasileira indicada para concorrer ao Oscar e que estreou no CINEB no último sábado, e Elisa Volpato, representando o filme O mercado de notícias, dirigido por Jorge Furtado, que foi exibido nas universidades.
Camila, que faz o papel da filha da empregada no filme Que horas ela volta? não conhecia o CINEB. Para ela, o grande gargalo do cinema brasileiro é a distribuição e o diferencial do CINEB é a ligação que faz entre o produtor e o público. “É muito difícil conseguir um espaço no mercado de exibição brasileiro, e o CINEB consegue democratizam a mensagem e levar o filme a quem ele precisa ser dito. Por isso, todos que mantém esse projeto vivo e se envolvem no dia a dia, que vão para as comunidades, estão de parabéns”, elogia. O que mais impressionou Elisa, que interpreta a personagem Pecúnia na peça teatral que se desenvolve no filme de Jorge Furtado é a grandeza do projeto e a capacidade de levar filmes que podem fazer a diferença na vida das pessoas: “O mercado de notícias é um filme com uma temática muito atual, que faz uma reflexão do jornalismo numa época em que há muita confusão”.
Também os representantes dos curta-metragens exibidos durante o ano foram premiados, como foi o caso de Vanderson Feitosa, diretor de O cubo mágico. Para ele o prêmio dá um exemplo de diversidade, pois consegue colocar lado a lado tanto um filme de grande sucesso no circuito comercial como Rio 2, quanto os produtores da periferia, “que enfrentam, com dificuldades e poucos recursos o desafio que é fazer cinema no Brasil”.
Além dos artistas, produtores e diretores, estavam presentes na festa os representantes dos mais diversos espaços onde aconteceram as sessões de cinema do CINEB durante todo o ano. Cidálio comandou, ao lado de Caio, a premiação, e fez uma homenagem aos alunos que ocupam a EE Prof. Manuel Ciridião Buarque, na Zona Oeste, onde acontecerá uma sessão especial, no próximo sábado 12/12, com a exibição dos curta-metragens do Selo CINEB do Cinema Brasileiro.
Para Marcelo Gonçalves, diretor de Cultura do Sindicato, o prêmio “é um momento único porque reúne, além dos artistas, o mais importante, que é o público, que são as comunidades, escolas, universidades. A gente faz o CINEB em parceria com a Brazucah para essas comunidades. Nós queremos levar a arte, o cinema brasileiro, para esses locais. O CINEB consegue criar um clima, com a pipoca, no escurinho, tela grande, tudo para mostrar o filme brasileiro que é um retrato da nossa história, da nossa cultura”, reflete. Para o presidente da CUT e bancário Vagner de Freitas, o CINEB é a essência do Sindicato, pois discute as questões sociais, culturais, vai na periferia e alcança o bancário, a mãe de bancário, sai da questão economicista. O CINEB hoje é tudo o que imaginamos lá atrás”, finaliza. Para Mauro Balbino, da Chácara do Conde, uma comunidade de cerca de 500 famílias que ocupou há mais de 25 anos uma área na Zona Sul, conta que ter participado da premiação lhe deu ânimo para continuar na luta. “Enfrentamos muitas dificuldades, que quase nos fazem parar de lutar, mas quando somos homenageados como aconteceu hoje, nos damos conta que não podemos parar”,desabafa.
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Veja os representantes de comunidades, entidades e universidades premiadas por região da cidade de São Paulo ou por cidade:
Representantes da Zona Leste
Bia Morena, Presidente da Associação Vila Rica;
Edilma Suênia Linhares, Coordenadora do Procedu;
Humberto Canavesi, presidente da ONG Juntos;
Elani Tabosa Nascimento, Coordenadora do Instituto Alana
Representantes da Zona Sul
Mailton Pereira da Rocha, PROPRIETÁRIO do galpão Hidro Trevo; AMERICANÓPOLIS
Edna Cristina da Silva, DIRETORA da EE Joaquim Alvarez Cruz; BARRAGEM
Soraia Domingues, REPRESENTANDO A ENTIDADE CCA DO GRAJAÚ;
Mário Luiz Baldino, REPRESENTADO A ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES da Chácara do Conde- Grajaú;
Rosimar Souza Campos, REPRESENTANDO da Paróquia N.Sra. Aparecida, Grajaú;
Marisol Tapia Rodrigues, DIRETORA DA EE Maria Ribeiro Guimarães Bueno; SAÚDE
Paulo Souza de Oliveira, DIRETOR da EE Jardim Moares Prado II – GRAJAÚ
Representantes da Zona Oeste
Rosa Maria Dourado, moradora da Lapa representante da paróquia Santo Estevão;
Lucinar Terneirro, moradora do Jaguaré representante da paróquia São José do Jaguaré;
Padre Élio Verri, Pároco da paróquia Nossa Senhora Aparecida;
Ivana Antunes, estudante da EE Prof. Manuel Ciridião Buarque
Centro
Eduardo Suplicy, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, Projeto de Braços Aberto, Luz.
Representantes da Zona Norte
Sandra Regina de Aguiar, Representante da paróquia Natividade do Senhor;
Elói Rogério –Presidente da Ong Tijolinho no Morro Grande;
Itapecerica da Serra
Suren Galate, Diretora da EE Paulo Castro Ferreira Jr. Jornalista
Universidades
Professora Elizabeth Jammal, Diretora da Universidade Anhanguera Campus Osasco; professor Alexey Carvalho, Diretor Executivo da Universidade Anhanguera Campus Campo Limpo;
Lincoln Nogueira Marcellos, Diretor da Fatec Ipiranga.
Agradecimentos:
Toda a equipe do jornal Centro em Foco; Eviton dos Jornalistas Livres; Equipe da TV dos Bancários – TVB; Amorim Júnior, do programa WebComTV; Felipe Murgas, que teve a ideia de fazer o troféu, voluntariamente; Marlon Henrique, taxista; Vivian Szelpal, assistente de produção; Carlos Rizzo, jornalista; Claúdio Renato, responsável pelo Café dos Bancários.
E, claro, não podemos deixar de agradecer a toda a equipe da Brazucah Produções que é fundamental para o sucesso ao longo do ano!