CINEB exibe Luiz Gonzaga no Jardim Ângela

O CINEB retornou ao Jardim Ângela, pela segunda vez no ano, para estrear a temporada do filme Gonzaga, De Pai Pra Filho, de Breno Silveira. A sessão aconteceu no último sábado, 27/8, no salão paroquial da Igreja dos Santos Márites e integrou a programação da 13ª Mostra de Artes Decalogo Jalc.

O CINEB estreou, no último sábado, 27/8, a temporada de um novo filme, o longa-metragem Gonzaga, De Pai Pra Filho, de Breno Silveira, que conta a tumultuada história de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, com seu filho Gonzaguinha. Os dois foram artistas de enorme sucesso. O pai, vindo do sertão pernambucano para o Rio de janeiro nos anos 1940, inventou o baião, o mais popular ritmo musical nordestino. O filho, carioca, do Morro de São Carlos, soube como ninguém traduzir a música do morro em sambas que emocionaram o Brasil nos anos 1980. Entre o pai e o filho, um abismo que foi além dos conflitos de geração, venceu o medo e o preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.

Cidálio Vieira Santos, coordenador do CINEB apresenta o filme Gonzaga de Pai Para Filho

O local para a estreia da temporada não poderia ser melhor: o Jardim Ângela, bairro da Zona Sul de São Paulo, reduto de muitos nordestinos que se aventuraram na cidade grande nos anos 1970 e 1980 e que enfrentaram toda a sorte de problemas para sobreviver num local que foi considerado dos mais violentos do mundo nos anos 1990. O palco foi mais uma vez o salão da Igreja Santos Mártires, que tem esse nome em homenagem ao operário Santos Dias, metalúrgico morador da Zona Sul, assassinado em 1979, durante repressão a uma manifestação dos trabalhadores.

Sempre presente: a pipoca do seu Antonio.

Doni Araújo, integrante da Companhia de Artes Decálogo Jalc, foi quem contatou, mais uma vez, o coordenador do CINEB, Cidálio Vieira Santos, para organizar a sessão do CINEB no dia em que aconteceu a 13ª Mostra de Artes Decálogo Jalc, um encontro cooperativo de grupos culturais e artistas da região do Jardim Ângela para a expor e divulgar a arte produzida na região.  “Procuramos trazer um representante de cada manifestação artística. Um grupo de música, teatro, balé, dança, contação de história, exposição de artes plásticas, oficina de fanzine e o cinema, com o CINEB”. Comentou Doni.

Marcelo Gonçalves, diretor do Sindicato, na abertura oficial da sessão.

Para ele o projeto é um exemplo de acesso e democratização do cinema brasileiro. “É muito importante sensibilizar as pessoas”. Mari de Brito, também integrante do grupo Jalc lembra que o cinema é muito caro para as famílias brasileiras. “Na periferia, as pessoas só vão no cinema quando crescem. Por isso a importância do CINEB. Aqui é possível ver famílias inteiras na sessão. Isso não aconteceria no cinema convencional para essas pessoas daqui”, reflete.

Maria Flausina, pela primeira vez numa sessão de cinema, ao lado dos netos.

É o que acontece com a família de Maria Flausina da Cruz, que estava pela primeira vez numa sessão de cinema, acompanhada da neta Yasmin, 9 anos e do neto Anderson,  7 anos.  Ela conta que a filha sempre vai ao cinema, mas ela nunca teve a oportunidade de ir a uma sessão. “Dessa vez, como minha filha foi trabalhar, meus netos insistiram para eu vir com eles, eu vim e gostei”, confessa.

Muitas famílias presentes no CINEB.

Para Marcelo Gonçalves, diretor de cultura do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, os bancários apostam no projeto. “O CINEB, assim como o projeto Travessia que atende menores de rua, estão para além das pautas sindicais, de emprego e melhores salários, porque a gente acredita que é necessário a categoria bancária dialogar com as comunidades da nossa cidade”, avalia. Na sessão, também estavam presentes o gerente do CCA São José, Flávio Vicente de Souza e Luiz Cláudio Marcolino, atual diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e idealizador do projeto CINEB quando era presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Até a próxima sessão!

O CINEB é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, o já atingiu um público superior a 50 mil espectadores em quase 400 sessões gratuitas realizadas em comunidades e universidades de São Paulo. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil. Já foram exibidos na tela do CINEB mais de 75 longas-metragens e 50 curtas-metragens, além da realização de pré-estreias exclusivas.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *