OURO NEGRO

MALDIÇÃO NEGRA?

A pré-estréia do longa-metragem Ouro Negro, de Isa Albuquerque rolou no dia 25 de outubro na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Ouro Negro se passa em Alagoas, entre 1915 e 1940. A saga começa com um médico alemão que tem certeza que a região é rica em petróleo. Ele tem essa idéia fixa e precisa apenas de uma sonda para analisar o solo com profundidade, de forma que consiga provar sua teoria e montar seu próprio negócio. Quase ninguém dá crédito a ele, apenas a família e uns poucos interesseiros com segundas intenções. O tempo passa e a sonda nada. Os filhos crescem e continuam a idéia fixa do pai de encontrar petróleo na região e a tal sonda nunca é liberada pros caras. Até o escritor Monteiro Lobato procura este ouro negro abençoado, e amaldiçoado, pela região.

O petróleo concedeu aos Estados Unidos uma riqueza que hoje é imensurável. Entretanto, também trouxe desgraça. E assim também foi na Colômbia, no Iraque, ou qualquer outro lugar em que o homem tenha buscado petróleo, esta estranha substância feita dos restos de seres vivos pré-históricos, o óleo negro, virou símbolo de poder e riqueza. Por isso, não é de se espantar que a história do filme Ouro Negro traz a dor, o sofrimento e a desgraça de um Brasil sem lei, controlado por poucos, que levavam o poder conspiratório aos extremos limites.

Todo rodado no estado de Alagoas, o roteiro do filme foi um trabalho conjunto de quatro mulheres. Tudo se iniciou na pesquisa de fatos históricos em bibliotecas e museus. De 2004 até o quarto tratamento do roteiro, em 2006, Ouro Negro foi ficando nas mãos da cineasta Isa Albuquerque. As outras integrantes acabaram saindo por motivos profissionais. Mesmo assim o trabalho de base foi suficiente para todo o restante da produção desta obra.

A diretora disse que o ponto de partida das pesquisas surgiu de diversos casos de suicídios relatados em jornais da época. Na pesquisa, notaram estranhas coincidência, fatos que davam pano pra manga. “Calcamos todo o filme em fatos reais. Monteiro Lobato realmente era um dos idealizadores pioneiros no Brasil, porque viu como os Estados Unidos evoluía por causa do petróleo nos anos 30. Criticou em carta aberta o truste internacional que acontecia no Brasil. Era um visionário em favor da exploração petrolífera por empresas nacionais”, disse a cineasta Isa Albuquerque.

O filme lhe consumiu 15 anos da vida. Tudo foi longo nesta produção. Pesquisa, captação de recursos. Segundo Isa, de 300 empresas que visitou com o apoio da Lei Rouanet para captar dinheiro, “apenas 6, 7 entraram no filme”.

As filmagens de Ouro Negro duraram apenas 5 semanas mas o filme levou ao todo 15 anos para ser feito! Imagine o quanto de pesquisa e correcorre que essas mulheres, principalmente Isa, não passaram.

Vale a pena conferir porque: Belas paisagens, enredo curioso porque petróleo no Brasil parece super atual e pouco explorado como temas em filmes nacionais. É bom prestarmos atenção no que rolou com o petróleo nas antigas. O pré-sal com certeza trará uma época de mudanças e decisões. É prudente estar atento.

CIPÓ PRESENTE

A galera do Cipó, de Embu-Guaçu conseguiu chegar bem na hora. Foi só sentar que o filme começou. Vieram com o ônibus da prefeitura, especializado em levar a galera para eventos culturais em outras cidades. Vieram bem animados. Dei um clic neles logo quando chegaram.

FILME DOCUMENTÁRIO

Foi muito legal os comentários-perguntas-desabafos da professora Emira, que leciona na escola pública de Paraisópolis, Capão Redondo, há 36 anos. “A juventude precisa enxergar o passado de nosso País. Este filme é como um documentário, muito fiel ao que realmente acontecia”, disse a professora.

No fim, ela também levou a sorte grande e faturou uma camiseta do CineB!

HISTÓRIA DE LUTA SINDICAL

Antes de começar o filme, fiquei admirando dois painéis pregados no fundo do Auditório Azul, com fotos históricas do Sindicato, de reuniões, passeatas, cartazes de protestos e faixas com exigências de melhora salarial. Imagens impactantes de uma época em preto e branco. Fiquei intrigado com uma foto em que a multidão corria lááá na frente de um agrupamento de cavalos montados por policiais. Um dos cavalos está caindo, com as patas traseiras já vacilantes e as frontais espatifadas no chão. Ouço a mulher entre dois amigos dizer “a gente colocava as bolinhas de gude no chão e saía correndo, eu to vendo aqui e naquela época a gente nunca via o que acontecia, agora sim, era isso”.

O sempre barbudo Genésio dos Santos Ferreira foi o curador das fotos, o responsável pelos painéis que mostram algumas cenas dos 30 anos de luta do Sindicato. Junto com sua namorada Denise Aparecida da Cunha de Paula, relembra com os amigos um revolucionário Gushiken como presidente da organização. “Foi uma época de recomeço, estávamos cansados de tantos abusos dos militares, nos fortalecemos com muita luta”, disse Genésio.

Isso mostra como é importante que nós sejamos unidos e organizados. Dessa forma podemos melhorar nossa comunidade. Tanto a luta do Sindicato quanto o filme Ouro Negro, mostram que temos de lutar pelos nosso direitos, exercer a cidadania porque vale a pena, traz melhoras!

Você exerce a sua cidadania?

O que dá para você e seus vizinhos fazerem para melhorar na comunidade? Vamos usar o espaço dos comentários para compartilhar idéias e planos!

PRÓXIMA SESSÃO DO CINEB

Queridas e queridos espectadores, amanhã nos vemos no Jaguaré, na rua Bartolomeu de Ribeira, 33. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região junto com a Brazucah Produções têm o prazer de retornar ao Jaguaré para mais uma sessão de cinema comunitário. Se quiser aparecer por lá, dá uma ligada para saber maiores informações: 3768-1182.

Abraçoletes!


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