“Me chama que eu vou” é exibido em Semana da comunicação, arte e design da FAM

Sessão contou com presença da produtora executiva, Diane Maia, e promoveu importante debate sobre a produção cinematográfica

texto e foto: Eduardo Viné Boldt

Uma das figuras mais carismáticas da música popular brasileira, o cantor Sidney Magal teve sua carreira e história de vida passada a limpo em documentário dirigido por Joana Mariani e produzido por Diane Maia. O filme conta parte da carreira de mais de 50 anos dedicados à música, de uma forma divertida e carinhosa, revelando os detalhes da longa trajetória do cantor.

A obra estreou nos cinemas brasileiros no início de 2023, e já circulou por festivais pelo Brasil. O filme ganhou o prêmio de melhor edição no último festival de Gramado. “Me chama que eu vou” foi produzido pela Mar Filmes e Maya Filmes em parceria com a GloboNews, Canal Brasil e Globo Filmes, com distribuição da Vitrine Filmes.

O CineB Solar, projeto idealizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, e produzido pela Brazucah, exibiu na noite do dia 27 de abril o documentário na programação da 7a semana de Comunicação, Artes e Design do Centro Universitário das Américas – FAM, e promoveu encontro entre os alunos e a produtora executiva do filme, Diana Maia. O filme foi exibido no moderno auditório do campi da Augusta, com a presença de mais de 70 estudantes. 

Semana de  Comunicação, Arte e Design

A 7a semana de Comunicação, Arte e Design da FAM ocorreu entre os dias 24 e 27 de Abril, e contou com mais de 38 palestras, workshops e oficinas realizadas nos turnos da manhã e noite, nos campi da Augusta e da Mooca. Ao todo, 9 cursos participaram das atividades: jornalismo, relações públicas, comunicação institucional, publicidade e propaganda, produção publicitária, cinema e audiovisual, produção audiovisual, design gráfico e design de moda. Os alunos puderam debater diversos assuntos ao longo da semana, com a participação de importantes profissionais das áreas de comunicação, arte e design.

A produtora Diane Maia esteve no debate ao final da sessão e conversou com os estudantes. Ela ressaltou a necessidade de pessoas com formações distintas para a produção de uma obra de sucesso. “Um dia um colega de trabalho falou uma frase boa: Que um set de cinema é igual a um país. Você lida com todo o tipo de profissão, de poder, de hierarquia. Então essa questão múltipla engloba pessoas de diferentes áreas, diferentes jeitos e de diferentes talentos”, analisa.

A produtora justifica ainda a necessidade de profissionais de diversas áreas por causa da natureza das obras. “Em pouco tempo, é necessário “levantar o circo” e desmontá-lo em cada produção, o que demanda uma organização financeira e jurídica muito grande”, expõe. A produção cinematográfica demanda uma quantidade enorme de profissionais e é na produção que se tem um panorama completo das atividades desenvolvidas no set de filmagem. E onde pode-se perceber a necessidade de muitos profissionais diferentes no cinema. 

Pedro Augusto está no 1o semestre de relações públicas e ficou interessado na dinâmica da produção audiovisual. O encontro com a produtora Diane foi esclarecedor. “Eu sempre gostei muito de cinema, inclusive era uma opção quando eu decidi vir para a faculdade, mas acabei optando por relações públicas. Sempre quis entender como funcionava a relação dessas duas áreas e achei incrível. A parte que mais me interessa dentro do cinema, dentro da música, é a parte burocrática. A parte de ir atrás de patrocínio, a parte de contrato, e eu achei bem interessante”, destaca.

A aluna do 3o semestre de jornalismo Brenda Rufino estava atenta ao debate. Ela está produzindo um documentário como projeto neste semestre na faculdade. Brenda se surpreendeu com o filme e a trajetória do protagonista. “Eu não conhecia a história do Sidney Magal e achei o filme bem escrito e roteirizado. A montagem do documentário é bem feita e o filme me deu muitas ideias para a realização do meu documentário”, destacou.

Incentivo

Nos últimos 6 anos a cultura foi duramente atacada pelos governos que se sucederam e pela falta de informação, o que criou muita polêmica em torno das leis de incentivo. O fomento pelo estado, instrumento utilizado em diversos países, é criticado por uma parcela pequena, mas ruidosa, da sociedade, sem o devido aprofundamento da questão. Diane, durante a palestra, tirou dúvidas e teve a oportunidade de explicar os mecanismos existentes hoje no país.

Ela falou da importância desses instrumentos para a produção audiovisual. “Se você não tiver política pública, você não abre o leque, e poucas pessoas vão fazer [cinema]. Você não cria uma indústria. Você cria uma pirâmide e só quem está em cima consegue [o acesso aos recursos]. Para a criação de indústria, para a criação de trabalho, emprego e dinheiro, e para além disso, para que você veja o seu país numa tela e você reconheça a sua identidade retratada, é através de políticas públicas. Ou então quem está atrás do dinheiro vai fazer coisas que tragam dinheiro, e não que representem a sua identidade. Documentários dão trabalho e não dão ‘um real’. Então quando você faz isso e conta a história de brasileiros importantíssimos, fala de religião, fala de gêneros, fala de etnias, fala de história do Brasil, é porque existe política pública”, explica a produtora.

A professora de cinema Camila Cattai reflete sobre a importância da produção executiva, área por vezes pouco discutida nos cursos, para a elaboração das obras audiovisuais. “Quando a gente entra em qualquer curso a gente entra muito mais com a vontade de sonhar e de realizar, com a cabeça nas nuvens, do que com os pés no chão. Principalmente no cinema. Eu digo isso porque hoje eu tenho produtora e nós lançamos os nossos filmes, e até hoje ‘a gente samba’ bastante na produção executiva. Ter ela aqui para mostrar esse outro lado de como viabilizar, de como fazer um produto audiovisual, um filme, um longa, um documentário render e se transformar em outros filmes, para a gente é uma iluminação”, diz. 

Camila completa: “Diane é uma figura sensacional, com histórias ótimas. É uma pessoa relativamente nova dentro da área audiovisual, e já fez trabalhos grandes. É uma comunicadora incrível. Foi muito solícita com os alunos, com os professores. Nós tivemos um ganho de conhecimento muito grande, e que ela venha com mais filmes”, exalta.

Democratização

Diane elogiou o trabalho desenvolvido pelo CineB. “Isso é exatamente o que a gente estava falando. É se utilizar dos recursos para poder fomentar a nossa identidade, a nossa cultura. E vocês estão em uma organização e numa simpatia maravilhosa. Eu quero voltar mais vezes”, elogiou a produtora.

O coordenador dos cursos de comunicação, arte e design, Vicente Darde, destaca a importância pedagógica da semana e da parceria com o CineB. Foi a terceira vez que o projeto esteve na instituição. “Os alunos puderam conhecer profissionais do mercado, trocar experiências, adquirir conhecimento e ouvir as experiências desses profissionais que se dedicaram e tiraram um pouco do seu tempo para levar esse conhecimento aos nossos estudantes”, diz o coordenador. E completa: “Para a FAM é sempre uma honra poder receber o projeto CineB dentro da instituição para a valorização do cinema brasileiro. E o debate com a produtora executiva do filme foi muito importante para que os alunos pudessem conhecer um pouco mais dos bastidores e da produção executiva do filme”, conclui. 

A próxima edição da semana de comunicação, arte e design da FAM ocorrerá em outubro na instituição.

“Me chama que eu vou” 

Joana Mariani – Documentário, musical – Brasil (2022) – 71 minutos

Classificação: 10 anos

“Me chama que eu vou” é um documentário que conta toda a trajetória da grande carreira musical de Sidney Magal. Através de depoimentos e recortes que mostram os momentos mais significativos da vida do cantor, acompanhamos a trajetória dos 50 anos de carreira do músico, dançarino, dublador e ator que encanta o Brasil.

Sobre o CineB

CINEB SOLAR é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Dsde 2007, o projeto já atingiu um público de 86.724 mil espectadores em mais de 681 sessões gratuitas realizadas em comunidades e universidades de São Paulo. Percorremos cerca de 161 bairros da cidade de São Paulo  e 23 cidades fora de São Paulo

Ao longo destes 16 anos criamos o Selo CineB do cinema brasileiro , com 4 DVDs que contém no total 18 curtas  mais bem avaliados pelo projeto. No Prêmio CineB Solar do Cinema Brasileiro premiamos com troféu  217  entidades e 156 diretores dos filmes exibidos. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil.

 Já foram exibidos na tela do CINEB SOLAR  159 longas-metragens e 104 curtas-metragens, sendo também realizadas pré-estreias exclusivas.

Em 2020 em virtude da pandemia, nos reinventamos e lançamos novos projetos: CineB on-line, CineB Solar na Janela e CineBAutorama, ações para que todos pudessem ficar em casa e se divertir com uma sessão de cinema.

CINEB NAS UNIVERSIDADES

Além das exibições públicas em bairros, ruas, praças e entidades comunitárias, o projeto também realiza sessões gratuitas dentro de universidades. A ideia é utilizar a estrutura que as escolas já possuem, como auditórios equipados com projetor digital e som, e transformar esses locais em salas de exibição. Desde 2010, foram  71 sessões em universidades de São Paulo , com a presença  de 8.494 alunos e professores, sempre com debates seguidos da exibição em instituições de ensino parceiras do CINEB.

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