Sessão exibida em 30 de outubro de 2024
Texto e fotos: Thaís Nozue
O CineB Universidade chegou na FIAM/ FAAM, na última quarta-feira, com o filme Acordo com Lampião? Só na Boca do Fuzil!. O jornalista, historiador e roteirista Moacir Assunção esteve presente e participou do debate ao final da sessão.
Alunos e docentes prestigiaram o documentário que estreou em abril deste ano. Jorge Gonçalves, professor dos cursos de Produção Audiovisual e Rádio e TV, além de coordenar a Cinemateca FIAM/ FAAM, conversou com projeto CineB Universadade. “Essa parceria com o CineB vem bem a calhar, porque a proposta do CineB é muito parecida com a nossa. O projeto consegue trazer também os realizadores, o que para os nossos alunos é muito bom. E aí esse contato, aqui já é uma aula, é uma aula em si, porque além de assistir o filme, eles vão ter a oportunidade de conversar com o roteirista, com o Moacir (Assunção) e a CineB sempre proporciona esse tipo de encontro.”
Gonçalves contou ao CineB sobre a conexão do projeto com propostas pedagógicas dentro de sala. “O professor Guy, que é o professor de jornalismo que também está na sessão, ele vai desenvolver com os alunos de jornalismo uma resenha, uma cobertura, um exercício de cobertura, porque eles são alunos do curso de redação. Os nossos alunos de produção audiovisual, eles estão desenvolvendo um documentário. A gente faz, é um projeto integrado das diferentes disciplinas. A minha disciplina com eles é de roteiro e eles vão desenvolver, eles já estão desenvolvendo um documentário e a experiência do Moacir, a própria experiência de assistir esse filme vai ajudá-los na montagem e na conclusão do projeto deles. Então, é muito importante.”
Debate
Após a sessão, Moacir Assunção respondeu às perguntas do público. Curiosidades, desafios e tempo de produção foram alguns dos questionamentos dos alunos ao roteirista. Além disso, os jovens se interessaram pelo projeto CineB Universidade e também realizaram perguntas ao Cidálio Vieira, coordenador do projeto.
Vaísa Silva Rodrigues, aluna do curso de Audiovisual comentou sobre o filme e projeto. “Ah, eu achei. O filme muito interessante. Eu realmente gostei. Do discurso. Não ir só pra um lado, sabe? Contar a história. Como um todo. Acho que foi bem geral. E eu acho essa a iniciativa boa. De levar o cinema pra uma galera.”
Ricardo também é aluno do curso de audiovisual e gostou muito. “Eu achei a oportunidade muito legal de poder assistir esse filme. Eu gostei muito do contraponto de ter os dois lados, de mostrar esses dois lados. Eu achei muito interessante a oportunidade que a gente teve de assistir. O projeto do cinema é muito legal. Poder ter a oportunidade. Acho interessante levar o cinema pra todos.”
Camila Vitória Ferreira da Silva, do curso de Comunicação Social/ Jornalismo, achou incrível e curioso o fato de ter o mesmo sobrenome de Lampião e ver o lado humanizado do cangaço, embora violento. “Eu achei interessantíssimo o documentário. Ele aborda de uma forma que a gente consegue entender como funciona o cangaço e de uma perspectiva não como o Lampião, como vilão, né? Porque sempre que eu tenho aquele stigma de que eu… Ah, nossa! Ou até em filmes mesmo da Netflix, que sempre o Lampião é o vilão da história, sempre. E não, ele tem o seu lado como qualquer ser humano, tanto uma versão boa quanto uma versão ruim. Mas como ele cultivou esse rancor, por uma situação e foi crescendo, crescendo, ele simplesmente plantou isso, plantou no Nordeste. E muitos pagaram por isso. Mas era uma forma de, entre aspas, justiça, né? De ele realizar por isso. E os nazarés, eles cumpriram, né? Os volantes também cumpriram a parte deles como como forma de embate, né? Contra o Lampião. Mas por uma parte foi ruim e por uma parte foi bom ter encerrado tudo isso. Eu fiquei impressionada e também por coincidência sou ferreira da Silva. Porque a minha bisavó, ela também é de Pernambuco, tem origem de lá, ela veio pra cá pra ter uma condição de vida melhor. Quando eu perguntei pra ela sobre a situação, quando eu estava na escola, eu estudei coronelismo, Lampião, e eu fiquei, meu Deus, será que a minha bisavó venceu isso? Ela falou, não, eu não lembro, deve ser porque ela ficava numa outra região. Mas deveria ser complicado pra todo mundo da época. Todo mundo, sem exceção. Mas Lampião não foi um vilão. Ele é um anti-herói, vamos dizer assim.”
Ao final, foi realizado sorteios do livro Os homens que mataram o facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião e de camiseta do projeto.
Mais sobre o CineB
CineB é um circuito itinerante de cinema realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Brazucah Produções. Desde 2007, o projeto já atingiu um público de 91mil espectadores em mais de 732 sessões gratuitas realizadas em comunidades e universidades de São Paulo. Percorremos cerca de 220 bairros da cidade de São Paulo e 23 cidades fora de São Paulo.
Ao longo destes 17 anos criamos o Selo CineB do cinema brasileiro , com 4 DVDs que contém no total 18 curtas mais bem avaliados pelo projeto. No Prêmio CineB Solar do Cinema Brasileiro premiamos com troféu 217 entidades e 156 diretores dos filmes exibidos. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema nacional e divulgar os filmes produzidos no Brasil.
Já foram exibidos na tela do CINEB 169 longas-metragens e 125 curtas-metragens; além da realização de pré-estreias exclusivas. Nesse momento de isolamento, para evitar aglomerações, nos reinventamos e preparamos novos projetos: CineB on-line, CineB Solar na Janela e CineBAutorama, ações para que todos
possam ficar em casa e se divertir com uma sessão de cinema.
Nas redes
Você já curtiu as nossas redes sociais do Projeto CineB Solar?
Instagram https://instagram.com/projeto_cinebsolar
Tiktok: https://www.tiktok.com/@cineb.solar
Facebook: https://www.facebook.com/@cinebsolar
Youtube: youtube.com.br/cinebsolar INSCREVA no nosso canal
Fotos da sessão: