Ê beleza! Paralelo 10, de Silvio Da-Rin, estreou dia 4/5 no cinema e o Cine B convidou seu público para assistir a este enigmático documentário de Silvio Da-Rin, no Cine Livraria Cultura. Na sessão estiveram presentes alunos e professores do CIEJA Butantã (Centro Integrado para Educação de Jovens e Adultos), além de representantes representantes sociais.
Cine B exibe Paralelo 10: Na sessão estiveram presentes alunos e professores do CIEJA Butantã, além de representantes da Pastoral da Criança do Butantã, Comissão Anti-enchente da Vila Piauí e representantes do Grupo de Estudos Pandiá Calógenas
3 alunos do CIEJA nunca tinham ido ao cinema!
Democratização do acesso ao cinema: "estrearam" com Paralelo 10, Jesailton Pereira, Clarice Queiroz e Aldair Paraiso
Jesailton Rios Pereira, era um deles. “Eu sou religioso e sempre achei que esse tipo de coisa não era certa”, explica. “Hoje vim por livre e espontânea pressão dos meus colegas de sala”, diz o divertido Jesailton.
Os tais colegas, logo se mobilizaram. Em coro! “Ele não queria ir nem ao teatro, quando nossa sala foi assistir uma peça, mas agora é sempre o primeiro a querer ir”. Jesailton ri, confirmando o que os colegas revelam.
Já Clarice Queiroz Nascimento, que desde fevereiro é aluna do supletivo CIEJA, explicou que não achava que ia curtir. “Não gosto de lugar fechado”, diz. “Em casa assisto muitos filmes, principalmente brasileiros, mas sempre achei estranho ir ao cinema”, conta Clarice.
Mas a falta de tempo, também foi assumida como um fator que a afastava das salas, assim como seu colega de classe, Aldair José Paraiso. “Eu trabalho muito, às vezes até de final de semana e por isso sempre faltou tempo”.
No final da sessão, os 3 disseram aprovar a experiência. Pra nós da equipe do Cine B, é muito gratificante saber que conseguimos levar mais gente para dentro do “escurinho do cinema”. Ainda mais que já começaram pelo belo Paralelo 10, que revela um Brasil de povos e culturas que nem imaginamos existir.
“Achei interessante a coragem do Meirelles (sertanista da FUNAI que é acompanhado pelo filme) de ir a um local tão distante”, diz o diretor presidente do GEPC. “É um filme que a gente leva pra vida toda, pela beleza e pelo que mostra”, confessa Jerez.
Os representantes do GEPC, Marcelo Carrilho, Viviane de Paula, Marcos Jerez, Rebeka Stefano, Rodrigo Mota e José Neto, com o coordenador do Cine B, Cidálio Vieira Santos
SORTEIO!
O Cine B é um cinema itinerante. Aonde chama, a gente vai com o projetor, telão, caixas de som, cadeiras, material de divulgação, enfim, tudo que precisa pra se montar um cinema dentro de uma igreja, ou até mesmo na rua de uma comunidade. Até um pipoqueiro oficial, o seu Antônio, acompanha as exibições. Porque cinema sem pipoca não cola, né?
E no final das exibições, sempre acontece um sorteio de camisetas do projeto.
O coordenador do Cine B, Cidálio Vieira Santos, faz o sorteio das camisetas do projeto
Mas dessa vez nossa sessão foi diferente: aconteceu dentro do Cine Livraria Cultura. E como cinema passa um filme atrás do outro, não teve como fazer o sorteio dentro da sala. Mas fizemos fora. Foi muito divertido, um clima diferente que nossos espectadores aprovaram!
O público preenche as pesquisas de opinião por todos os lados. As pesquisas são usadas no sorteio
O sorteio é sempre animado, todo mundo torce pra levar uma camiseta do Cine B
Para fechar o evento, a foto final, com os ganhadores vestindo suas camisetas
PARALELO 10
Para quem não conhece, o documentário de Silvio Da-Rin acompanha o sertanista José Carlos Meirelles, que depois de um tempo afastado, retorna à região do Paralelo 10 Sul, linha de fronteira com o Peru, em companhia do antropólogo Terri de Aquino. O filme viaja com eles durante 3 semanas, subindo o Rio Envira, enfrentando vários tipos de obstáculo e se aproximando cada vez mais das malocas de índios isolados. Nessa jornada, Meirelles rememora experiências, expõe contradições de seu ofício e discute com índios Madijá e Ashaninka a melhor forma de se relacionar com os índios “brabos”, sem tentar amansá-los nem exterminá-los.
Os índios “brabos”, na verdade são tribos que nunca tiveram contato com o homem branco. E como hoje há uma preocupação em manter essas culturas intocadas, a situação é complexa. Meirelles tem que apaziguar as tribos, mas sem fazer contato direto com eles.
Filmão que você precisa conferir.
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