Fotos de Vivian Szepal
320 crianças de 6 a 14 anos, 300 idosos e 60 jovens de 15 a 24 anos participam de 9 projetos simultâneos impulsionados por 43 funcionários e 6 oficineiros. Ao ver a fachada da ONG JUNTOS (Jardins Unidos num Trabalho de Obras Sociais) e entra no espaço, não imagina que neste lugar relativamente pequeno acontecem tantas atividades para este grande contingente de participantes. Há 30 anos esta instituição, criada por moradores do bairro, atende as famílias carentes da região.
“Qualquer morador da região da sub-prefeitura de Itaquera pode participar de nossas atividades”, disse Humberto Canavesi, diretor administrativo da ONG JUNTOS.
Há 53 anos como morador da região, ele conta que viu seu bairro crescer e ganhar boa estrutura para moradia por causa do trabalho realizado em conjunto pelos moradores. “Antes as ruas não eram asfaltadas, não tinham postes de iluminação, rede de esgoto e só uma linha de ônibus levava o pessoal daqui para o centro de São Paulo. Hoje, já estamos bem diferentes, temos tudo o que antes não tínhamos e também contamos com a estação de metrô Arthur Alvim”, disse Humberto.
A JUNTOS, que fica na zona leste da capital, recebe verba mensal da Prefeitura para o pagamento dos funcionários e compra de bens não duráveis. Por isso, atualmente, bazares e festas são realizados no espaço em certos finais de semana para arrecadar dinheiro da construção do segundo andar do imóvel, que possibilitará a ampliação do projeto para receber mais jovens interessados nos cursos profissionalizantes. “Já temos uma lista de espera com mais de 30 jovens interessados, somos muito procurados na região porque já inserimos diversas pessoas no mercado de trabalho”, disse Daniel Frutuoso Garcia, diretor do Centro para Juventude da ONG.
Segundo ele, 80% dos jovens participantes dos cursos profissionalizantes vivem no Jardim Eliane, que fica próximo à ONG. Esta comunidade ainda lida com o desafio de afastar os jovens do crime organizado. “Temos o objetivo de tirar esses jovens e crianças da rua, enquanto não estão na escola. Todas as nossas atividades não tem o objetivo de complementar a escola, mas sim afastar as crianças de coisas ruins”, disse Daniel.
Para crianças, cursos de esportes como capoeira e aulas de artesanato são ministrados com sucesso. Para os jovens, cursos de montagem e manutenção de computadores, elétrica e outros são oferecidos. “Para complementar estas atividades e ajudá-los a de fato entrar no mercado, a ONG também oferece aulas de escrita e matemática pois alguns jovens largaram a escola”, disse o diretor administrativo Humberto.
Daniel Frutuoso, entretanto, explica que a cada ano que passa, diminui o número de adolescentes longe das salas de aula. “Hoje, 95% dos jovens aqui matriculados estão na escola”, disse Daniel.
Para a terceira idade, aulas como dança de salão, artesanato, ginástica e sessões de musicoterapia são oferecidos de segunda a sexta, como forma de manter ativos os mais amadurecidos da comunidade.
E foi nesse ambiente repleto de boas idéias, ótima organização e um competente grupo de ativistas urbanos, que o Cine B marcou sua primeira exibição no Jardim Brasília, com um público de 180 pessoas que lotaram completamente o salão da ONG JUNTOS.
E vale ressaltar que os grupos da melhor idade JUNTOS com Alegria e JUNTOS pela Igualdade estiveram presentes levando muita animação junto com os jovens que participam das atividades da ONG. Esta foi uma das sessões do Cine B que mais reuniu sobre um mesmo teto, tantas diferenças de idade, o que, para nós, é motivo de sobra para comemorar a sessão!
“Para uma cidade como São Paulo, um evento como este parece até impossível, com cinema brasileiro e pipoca de graça, mas é muito bom que exista e queremos que o Cine B volte. Tem gente que ainda nunca foi ao cinema e isso é muito ruim, porque o cinema nos ensina a ver o mundo de uma forma diferente”, disse o presidente da ONG, Edson Antonio Frnacisquetti.
Cristiane da Silva Souza, diretora do Centro para Criança e Adolescente do JUNTOS 3, grande responsável por levar esta exibição do Cine B para a ONG, ao lado de Daniel Frutuoso e Daiane Boseapiol, da Brazucah Produções, agradeceu toda equipe do Cine B por esta sessão.
E nós, agradecemos a receptividade e parabenizamos todos que estiveram presentes e a direção deste belo projeto social. Também é bom agradecer pelo delicioso almoço servido para a nossa equipe, logo que chegamos no local. Estava uma delícia!
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