A Vila Rica recebeu o Cine B de braços abertos

Texto e fotos por Carlos Rizzo

Sexta-feira, 15/5, foi mais um daqueles momentos onde o Cine B foi levar o melhor do cinema brasileiro para a população da região de Aricanduva, na Zona Leste de São Paulo. Aproveitou para reencontrar grandes amigos. A sessão aconteceu na Associação dos Moradores da Vila Rica que recebeu pela décima vez o projeto, para acompanhar as peripécias de Fernando, um garoto de 10 anos e seus amigos, personagens do delicioso filme O Menino no Espelho (2013), dirigido por Guilherme Fiúza Zenha, que adaptou a obra de Fernando Sabino para a telona. O filme fez sua estreia no Cine B na Vila Rica e ainda passará por mais três bairros. Antes do longa, foi exibido o curta Mariana não Vai à Praia (2014), de Cássio Pereira dos Santos.

Apesar da noite fria típica de maio, a recepção comandada por Bia Moreno, presidente da Associação, foi como sempre, muito calorosa. Segundo Bia, que assumiu a direção da entidade em 2008 e tem focado seu trabalho em levar cultura e lazer para a comunidade, “hoje as pessoas vêm atrás dos convites, porque conhecem o Cine B e valorizam o cinema brasileiro”, avalia.

Bia Moreno, presidente da Associação dos Moradores da Vila Rica aposta na cultura para unir a comunidade

Esse é o caso de João Rodrigues e Maria Jandui Nogueira, que não perdem uma sessão do Cine B desde que o projeto chegou na Vila Rica, em 2010. Rodrigues, que foi vice-presidente da Associação, aprova a iniciativa e gosta de prestigiar as ações da comunidade. Já sua companheira Maria, segurando o saquinho da pipoca feito pelo Seu Antonio, o pipoqueiro do Cine B, comenta que hoje em dia não troca o cinema brasileiro por nada. “Não vou mais ao cinema para ver filme estrangeiro, venho aqui para ver o que é nosso”, sentencia.

João Rodrigues e Maria Jandui é presença garantida em todas as sessões do Cine B na Vila Rica

Se por um lado o belo salão da entidade, que durante a semana recebe cursos de teatro, capoeira e de cabeleireiro entre tantas outras ações, está repleto de velhos conhecidos, por outro, o Cine B continua a formar um público cativo para o cinema brasileiro. Como é o caso de Karine Sara Souza Santos, que ao lado dos quatro filhos Priscila, Adriana, Matheus e Ana, saíram do Conjunto Habitacional Barreira Grande para acompanhar, pela primeira vez, uma sessão de cinema. Karine era só expectativa. Nunca foi ao cinema porque, segundo ela, “é muito caro”. No Cine B, aproveitou tudo que tinha direito. Ela e os filhos foram os primeiros a pegar a pipoca, que é de graça, e no final da sessão três de seus filhos – Priscila, Matheus e Ana – foram sorteados com uma camiseta.

Karine e filhos foram pela primeira vez numa sessão de cinema com pipoca e ainda levaram várias camisetas como brinde
Um dos filhos de Karine pegando pipoca com o Seu Antônio
Outra vez, pose para a foto! Agora com as camisetas do CINEB

Outra família que aprovou o lazer foi a de Márcia Regina Rodrigues. Acompanhada dos filhos Naimyt Rodrigues e Ícaro Rodrigues Arthur, saíram da Vila Antonieta para assistir as aventuras de crianças que cresciam brincando nas ruas da Belo Horizonte dos anos 1930. Foi a primeira vez que estiveram numa sessão do Cine B e Márcia elogiou a proposta. “Gostei do curta e do longa. São filmes muito melhores do que a gente costuma ver nos cinemas”, apontou.

Márcia, Naimyt e Ícaro aprovaram o curta e o longa brasileiros

Além das famílias, a comunidade de Vila Rica marcou presença no evento. Vários diretores e membros da Associação colaboraram com a organização da sessão. A sala de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Roquette Pinto, da professora Ana Lucia Leis V. M. de Oliveira participou de mais uma sessão e nove abrigados da Casa Vida, uma entidade que dá apoio à criança e adolescente da região, marcaram presença acompanhados pelo educador social Gilberto Marcelino P. Júnior.

Gilberto Marcelino, da Casa Vida: nove abrigados foram à sessão de cinema

E ainda teve atividade cultural da comunidade, pois antes da exibição do filme, o grupo de teatro da associação, dirigido pela professora Maria Marcontes, apresentou uma peça abordando a perspectiva sociocultural dos moradores da periferia.

O grupo de teatro da Associação trouxe arte e reflexão à sessão
Professora de teatro Maria Marcontes e alunos

Ao final, como sempre acontece nas sessões organizadas pelo Cine B, houve o sorteio, comandado por Cidálio Vieira Santos, coordenador do projeto, de vários brindes como camisetas, espelho – o mote do filme –, e uma linha de produtos de beleza oferecidos pela Surya Brasil, empresa parceira. Segundo Cidálio, é sempre bom retornar à Vila Rica porque a associação é uma das comunidades que melhor recebe o projeto. E em nome da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira Leite e da Brazucah Produções agradeceu o emprenho e participação da comunidade.

Camisetas e brindes sorteados ao final da sessão animaram o evento
Alguns de nossos espectadores sorteados com produtos da Surya Brasil
Até a próxima sessão!

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Até a próxima sessão!

O Cine B é um projeto que tem como missão a formação de público para o cinema brasileiro. Criado em 2007 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região em parceria com a Brazucah Produções, já realizou mais de 350 sessões de cinema por toda a cidade de São Paulo, Osasco e Região, exibindo mais de 60 filmes brasileiros entre longas e curtas-metragens para cerca de 43 mil pessoas. Conta com o apoio de mídia da edição brasileira do Le Monde Diplomatique.

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