Texto e fotos por Carlos Rizzo
Emef que fica na região do Butantã, Zona Oeste, envolveu toda a comunidade escolar para acompanhar seis curtas brasileiros promovido pelo Cine B, na primeira vez que participa do projeto
Na última quinta-feira, 25/5, o Cine B esteve no Jardim João XXIII, no Butantã, Zona Oeste, na Escola Municipal de Educação Fundamental (Emef) João XXIII para exibir seis curta-metragens do Selo Cine B da Periferia. A escola, que contou ano passado com o Cine Comunidade (www.cinecomunidade.com.br), se preparou para receber o projeto e envolveu professores, alunos, pais, líderes comunitários e comunidade em geral, transformando a sessão do num grande evento de cultura e lazer.
A abertura da sessão contou com uma belíssima surpresa: o Coro da Emef João XXIII, formado por 30 alunos do sexto e nono anos. Comandado pelos professores Flávio Wilson e Ada Marques, o grupo emocionou o público de mais de 200 pessoas que lotou o pátio da escola ao interpretar Abra seu coração, de Fernando Iglesias, Aquarela, de Toquinho e O Pato, de Toquinho e Vinícius de Moraes. A última música teve uma teatralização inédita organizada pelo grupo.
Na sequência, o Cine B apresentou os curta-metragens Vendedores Ambulantes – Gambiarra Acústica, Procura-se, O Xadrez das Cores, O Filho da Vizinha, O Cubo Mágico e O Troco. Todos integram os DVDs 1, 2, 3 e 4 do Selo Cine B do Cinema Brasileiro, que buscar valorizar e divulgar o curta nacional.
O público acompanhou as exibições até o final, interagindo e aplaudindo muito cada obra. Vânia Soares de Lima e Júlio Souza Silva, alunos do EJA (Escola de Jovens e Adultos), estavam pela primeira vez numa sessão de cinema e gostaram muito do clima. Segundo Vânia, a comunidade só sai ganhando com esse tipo de iniciativa. “Deveria ter mais”, sentencia. Opinião compartilhada pela diretora, Maria Clara Altieri da Silva: “Aqui é um bairro que não tem opção. Nossos alunos precisam de um momento de cultura e a parceria pode proporcionar isso. Nós estamos sempre de portas abertas para receber projetos como o Cine B”.
Cada curta despertava uma reação diferente das pessoas. Marcos Antonio, professor de matemática gostou do curta O Xadrez das Cores, que aborda a temática racista a partir de um olhar de classe social. “Ele tem muito ensinamento e uma história sobre o preconceito que faz refletir”, comenta. Já Tamires Carvalho dos Santos, aluna do sexto ano, integrante do Coral e da equipe de Educomunicação que cobria o evento para a rádio e jornal da escola, preferiu o curta O Troco, porque “é bastante engraçado”.
A comunidade do entorno da Emef estava representada pelos alunos da Escola Estadual João XXIII, que foram à sessão acompanhados da professora Maria Vilma Pereira Benfica, e pelos moradores do Residencial Franca, ligados ao Movimento de Moradia da Zona Oeste, que no ano passado contou com uma sessão do Cine B. Vanda Maria Dias da Silva, uma das coordenadoras do movimento por mais de 15 anos, adorou reencontrar o Cine B. “Amei os curtas. Lá (no residencial) nem pude prestar atenção no filme. Agora gostei de todos”, e complementa: “quero vocês de volta!”.
A sessão contou com a presença do idealizador do Cine B, Luiz Cláudio Marcolino, ex-deputado estadual e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região que colaborou no sorteio dos brindes e encerrou as atividades do projeto no dia, agradecendo, em nome do Sindicato dos Bancários, o acolhimento da comunidade: “ficamos felizes de ver a comunidade envolvida com o projeto”.
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Até a próxima sessão!
O Cine B é um projeto que tem como missão a formação de público para o cinema brasileiro. Criado em 2007 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região em parceria com a Brazucah Produções, já realizou mais de 350 sessões de cinema por toda a cidade de São Paulo, Osasco e Região, exibindo mais de 60 filmes brasileiros entre longas e curtas-metragens para cerca de 43 mil pessoas. Conta com o apoio de mídia da edição brasileira do Le Monde Diplomatique.