Fotos de Vivian Szelpal
“Tenho muito orgulho de ser negra, minha mãe era doméstica há poucos anos. Ser doméstica não desmerece ninguém, isso é um trabalho como outro. As pessoas tem que se valorizar, porque o que dignifica o ser humano é quem ele é, não o que ele faz, disse a atriz Lena Roque, respondendo a pergunta do espectador Francisco Assis no Cine B deste sábado, realizado em Heliópolis, zona sul de São Paulo.
Meus amigos, e que sessão! Além da participação especial desta excelente atriz brasileira, a comunidade participou da exibição, lotando completamente o espaço do Centro de Convivência do Paquistão Social. A comunidade orgulhosamente exibiu através da tela do Cine B, o novo clip do Planta e Raiz, gravado na Heliópolis em três dias do mês de agosto de 2010.
“O primeiro Cine B aqui em Heliópolis foi muito bom, valeu a pena assim como esta segunda vez! É muito bom ver toda comunidade participando desta festa.”, disse Cidálio Vieira Santos, coordenador do Cine B, na abertura do evento.
Em seguida José Marcelo da Silva, presidente do Ação Comunitária da Heliópolis, agradeceu a participação super especial de Maria Helena Muniz da comunidade Savoyzinho, do pessoal do grupo de teatro Fúria, do grupo de jovens da Igreja Universal do Reino de Deus e da faculdade São Marcos.
Clique aqui para ler o texto da primeiro exibição do Cine B em Heliópolis.
DO LAR
Domésticas – o filme, teve sua história construída à partir da peça de Renata Mello, de mesmo nome, que estreou em 1998. Em 2001, Fernando Meireles lançou este filme que já foi exibido no Cine B, em 2008 e que neste mês volta para nossa programação. O filme agrada a diversos público, além de continuar extremamente atual.
“Se você faz um filme sobre uma comunidade, às vezes, pelo espectador nunca ter ao menos visitado uma comunidade, não se identifica com a história. Já com o filme Domésticas isso não acontece, porque ou a pessoa é, já foi, já teve uma ou mesmo já conheceu alguma doméstica na vida”, disse a disse a atriz Lena Roque, que no filme faz a personagem Créo, a qual vive o drama da procura pela filha que fugiu.
Domésticas, segundo Lena, faz sucesso em festivais internacionais e já foi exibido na prisão feminina do Carandiru.
“Agradeço ao Sindicato pelo convite! É um filme que as pessoas sempre gostam. Normalmente nas histórias, as personagens domésticas são sempre secundárias. Já neste filme elas estão em primeiro plano, mostrando suas vidas. Pode ver que os patrões não aparecem em momento algum do filme”, disse Lena Roque, que nas próximas semanas volta a aparecer com freqüência na TV com a reprise da novela global Os 7 pecados.
No final da exibição a atriz participou de um bate-papo com o público. Confira abaixo!
Lena Roque: Eu não gosto da violência, mas é uma realidade que a gente mesmo provoca. Todo mundo quer ser feliz, todo mundo quer ficar bem. A violência acredito que nasce da revolta, quer algo mas não consegue. O jovem sobre muito disso, muitas vezes por falta de princípios.
Lena Roque: A gente consome muito filme de Hollywood por uma questão de poder de mercado. E a dificuldade do cinema brasileiro é as pessoas gostarem dele, criar cada vez mais identificação com o público.
Douglas Galdino da faculdade São Marcos: quais dicas você dá para os jovens que desejam trabalhar com arte no Brasil?
Lena Roque: Primeiro a pessoa precisa de oportunidade, além de lutar pelo seu sonho, ou seja, estudar, valorizar a si próprio. A pessoa tem que fazer por onde, realmente batalhar pelo que quer com dignidade, se esforçar muito mesmo para vencer as dificuldades.
Lena Roque: Eu gosto muito das cenas de trapalhadas, na hora que a Quitéria quebra o vaso sempre acho uma cena engraçada.
Lena Roque: Gosto de atuar onde for. Sempre acho muito gostoso fazer cinema e teatro, mas gosto de tudo!
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